A MALÁRIA NOSSA DE CADA DIA

A MALÁRIA NOSSA DE CADA DIA

Não é preciso ser médico ou especialista em DOENÇAS TROPICAIS para conhecer as “coerências” ou “incoerências” de pré-supostos comportamentos, da inutilidade de certos procedimentos de combate à Malária – e porque não dizer também da Dengue – na ineficácia do serviço de prevenção do Estado e da falta de envolvimento da população que continua jogando lixo em qualquer lugar, poluindo nossos igarapés e contribuindo com sua falta de disciplina e de respeito ao meioambiente, com a proliferação dessas doenças.
Já em 1973 quando trabalhava em Itaituba – cidade ao sul do Pará – na Fundação de Assistência ao Garimpeiro, em razão de um “surto” de malária que assolou a região naquele ano, principalmente as Corrutelas (vilas) dos Garimpos, orientado pelo nosso médico, um baiano que também trabalhava nessa Instituição e era um estudioso nesses assuntos, preocupados com a grande incidência de casos de contágio, utilizamos a Cooperativa dos Garimpeiros do Tapajós e distribuímos para os armazéns da Cooperativa mosquiteiros para redes e camas, além de telas para serem usadas nas janelas e portas das casas e fizemos uma campanha de conscientização utilizando os técnicos da SUCAM e nosso próprio pessoal, promovendo reuniões nos armazéns, igrejas e até nas boates, com a finalidade de “EDUCAR” o povo e reduzir o risco de contágio. CONSEGUIMOS EM MENOS DE SEIS MESES ACABAR COM O SURTO. Ora! – como dizia o Dr. Durval – para combater a malária é preciso apenas boa vontade e disciplina. - “Estamos em meio a uma floresta tropical que é a metade do Brasil” dizia ele, e querer conter a malária com FUMACÊ é jogar dinheiro fora - é uma piada! E continuava... A fumaça com o remédio, atinge no máximo de dez a vinte metros de profundidade, espantando os carapanãs (anofelinos – mosquitos transmissores da doença) por algumas horas e nada mais, já que estão em seu “habitat” natural.
E é uma grande verdade! – Os mosquitos transmissores da malária ou da dengue, precisam picar uma pessoa doente para transmitir essas doenças, portanto, se os doentes ficassem isolados (através de mosquiteiros, dentro das casas) e tiverem maior orientação sobre essa forma de prevenção da doença, haveriam poucos riscos de contágio.
É comum aqui em Manaus, nas áreas de maior incidência de contágio (Vila do Puraquequara e adjacências) e na periferia da cidade de maneira geral, no final das tardes vermos crianças brincando nas ruas, com sinais evidentes da doença, sem que ninguém se preocupe com essa situação. E as Instituições Federais, Estaduais e Municipais continuam gastando as suas verbas dedicadas ao combate dessas endemias, em vão. Além de uma ação do Estado e da Prefeitura - COM DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE MOSQUITEIROS - uma campanha nesse sentido, a nível Nacional seria de extrema importância, envolvendo as escolas públicas e privadas no sentido de sensibilizar a população quanto à necessidade de se combater a proliferação dos mosquitos da Malária e da Dengue, orientando quanto à necessidade de se isolar os doentes para evitar o contágio.
Melhor prevenir e curar... Do que “enterrar” nossos entes queridos!
A prevenção sempre foi e sempre será a forma mais barata e eficiente de se combater esses males e é preciso a todo custo tentar “DISCIPLINAR” nosso povo quanto às práticas de bons costumes e de boas maneiras, trazendo a tona as regras já, há muito esquecidas por nossa população, que são os princípios de: ÉTICA, CIVISMO... E O RESPEITO A NOSSOS PRÓPRIOS LIMITES.
Se não respeitarmos os limites dos outros, certamente ninguém respeitará os nossos!
Urias Sérgio de Freitas