CARRO ELÉTRICO

"Eletricidade é o que há. Não há ruídos e engrenagens com suas inúmeras alavancas confusas. Não há a quase aterrorizante incerteza do funcionamento do poderoso motor de combustão. Não há água circulando no sistema para ferver – não há perigo nem gasolina fedida ou barulho." (Thomas Edison 1847-1931, inventor da lâmpada, do gravador de som e outras)

O carro elétrico passa a ser realidade. A grande montadora japonesa Nissan lança o primeiro automóvel fabricado em série, cem por cento elétrico. Muitos dirão que carro elétrico não é novidade. Têm razão, uma vez que há quase cem anos Henri Ford e Thomas Edison já tinham criado um carro assim, que não emplacou. Na Europa também circulam muitos modelos experimentais, estimulados pelo apelo ecológico do combustível limpo.

O carro japonês, batizado com o nome de LEAF, é um carro completo para cinco lugares, quatro portas, mais o bagageiro. Suas baterias têm autonomia para 160 quilômetros com ar condicionado e som ligados. Atinge 130km horários e seu motor responde à aceleração com a mesma potência de um 2.0 à combustão. No mais, tem tudo que um grande carro tem: câmbio automático, freio de estacionamento elétrico, enquadramento para marcha a ré além do requinte de segurança que faz com que ele não saia do lugar se o cinto não estiver afivelado. A recuperação da carga da bateria pode ser feita em 45 minutos ou em até 15 horas dependendo do equipamento de recarga que pode ir de um conjunto trifásico ou um simples aparelho, semelhante aos de celular. Uma grande vantagem: não é necessário esgotar a carga para efetuar o recarregamento.

A grande surpresa fica por conta do preço: em torno de trinta mil dólares com os adaptadores para recarga inclusos. Este é o preço para ordem de embarque no Japão, sem impostos. O carro chega às estradas americanas num valor de U$ 32.780,00 sem impostos que lá não existem para carros ecologicamente corretos.

Com a descoberta do pré-sal acabou no Brasil qualquer motivo para economizar combustível fóssil e, de quebra, ajudar o meio ambiente. Por isso, não devemos esperar nenhuma ajuda oficial. A importação do carro ainda não foi liberada, mas se forem aplicados os mesmos patamares que existem para os outros, o LEAF poderia ser adquirido pela bagatela de R$ 180.000,00 reais. Uma diferença de R$ 140.000,00 entre a fábrica e o consumidor. O Brasil, um país que tem uma base agrícola forte, um potencial energético incomensurável ainda tem um governo refém dos impostos da indústria automobilística e dos combustíveis.

A economia no bolso do motorista é fácil de calcular, uma vez que a energia tem um custo não superior à flutuação do preço da gasolina de um posto a outro.

Ao dirigir o LEAF, por poucos quilômetros, senti que estava acelerando para um futuro menos barulhento e menos poluído e, por isso, bem melhor.

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 03/09/2011
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