Deputados e senadores não consultaram a consciência.
Madrugada alta, perdi o sono, então cá estou, conversando com o leitor.
E fico a pensar nas inúmeras situações que vivenciamos e na fragilidade da alma humana.
É como dizia a personagem D. Jura, vivenciada pela atriz Solange Couto em uma telenovela de sucesso: “Não é brinquedo não!
E não é mesmo, caro leitor, somos vítimas de nossas próprias mazelas. A inveja, prepotência, ganância, orgulho, egoísmo, vem ao longo dos anos nos enredando em teias de difícil solução e desastrosas conseqüências.
Veja por exemplo, como o poder é uma faca de dois gumes, tanto pode nos libertar das amarras do egoísmo, como pode nos comprometer moralmente.
Nossos Deputados e Senadores, não sabe-se o porquê, concederam um polpudo aumento a seus vencimentos que pularam de 12,8 mil para 24,6 mil, e conseguem assim, terminar de forma mais lamentável uma legislatura saturada de desorganização e corrupção.
Aumento este que fará um rombo de 1,66 bilhão aos já combalidos cofres públicos. O Presidente do Congresso Nacional, deputado Aldo Rebelo, quis justificar o injustificável, com desnecessária declaração: “Não existirá rombo no orçamento porque haverá contenção de gastos”.
Ora, meu caro Presidente, contenção de gastos deve haver com ou sem aumento dos seus vencimentos ,afinal, o dinheiro de um país deve ser bem administrado, contendo exageros e investido com inteligência para beneficiar a todos e não meia dúzia de pessoas.
Eis que lamentavelmente o interesse individual sobrepuja o coletivo nessa atitude antidemocrática e corrupta de nossos deputados e senadores.
Antidemocrática porque não refletiu a vontade do povo.
Corrupta porque a corrupção não se constrói apenas em negociatas escusas nos densos gabinetes, onde são armados os desvios de dinheiro, a troca de informações sigilosas ou a nomeação de incompetentes para cargos que exigem competência.
A corrupção é também aquela que se faz amparada pelas brechas da lei para auferir vantagem individual em detrimento ao coletivo.
O homem, ainda não se atentou para a grave responsabilidade de estar a frente, dirigindo uma nação.
Infelizmente, se embriaga com as prerrogativas do poder e tece as situações de conformidade com suas conveniências, onde o interesse puramente pessoal se faz presente, e portanto, o egoísmo impera soberano.
Mais eis que mesmo diante das limitações que o egoísmo impõem, o homem pode sair vencedor dessa luta. Como?
Consultando a consciência, porquanto, é ela nossa grande mestra a conter abusos e nos dar um norte a seguir.
Mesmo que no coração ainda não pulse o amor desinteressado, ao questionar a consciência, abre-se espaço para saber o certo e o errado, porque nela está contida toda a arte do bem proceder.
Portanto, senadores, deputados, país, mães, educadores, enfim, todos nós que trazemos sérios compromissos individuais e também com aqueles que conosco estão, aprendamos a questionar a consciência, a fim de que não sejamos vitimas de nossas próprias imperfeições, deixando o interesse pessoal prevalecer em detrimento ao bem coletivo.
Pensemos nisso.