IMAGEM DE PAI
Existe um homem que se esmera no cumprimento do dever para dar bom exemplo;
que fica humilde, quando poderia se exaltar;
que chora à distancia a fim de não se observado;
que, com o coração dilacerado, se embrutece para se impor como juiz inflexível;
que, na ausência, usam-no como temor para evitar uma ação menos correta;
que, quase sempre, é chamado de desatualizado;
que, apenas fisicamente, passa o dia distante, na labuta, por um futuro melhor;
que ao fim da jornada regressa ao lar para levar muito carinho e, às vezes, pouco receber;
que está sempre pronto para ofertar uma palavra orientadora ou relatar uma atitude benfazeja que possa ser imitada;
que, muitas vezes passa noites mal dormidas a decifrar os segredos da vida, para transmitir ensinamentos sem as naturais vicissitudes;
que, quando extenuado, ainda consegue energias para distribuir confiança;
que é tão humano e sensível, por isso, normalmente, sente a ausência do afeto que lhe é dado raramente e de forma pouco comunicativa;
que vibra, se emociona e se orgulha pelos fatos daqueles que tanto ama.
Esse homem, geralmente, se agiganta e passa a ser valor inexorável quando deixa de existir para sempre.
Nunca perca, pois, a oportunidade de devorar muito carinho e amizade àquele que é seu melhor amigo: SEU PAI.
Mário Ottoboni