REYNALDO GIANECCHINI E O CÂNCER. MAIS UMA LUTA!

Internado no hospital Sirio Libanês há pouco mais de uma semana, o ator Reynaldo Gianechini foi diagnosticado como portador de uma espécie rara de câncer : Linfoma Não-Hodgkin. Este tipo de câncer age na defesa do organismo, mas se diagnosticado no começo, tem boa probabilidade de cura .

A luz da tela onde a noticia foi divulgada me fez pensar em como a vida dos seletos é cheia de desafios.

Primeiro, foi o desafio de ser visto como o valet, o pajem de Marilia Gabriela, a versão Leila Diniz do jornalismo brasileiro. O jovem do interior foi exposto como um adereço sexual da diva. Era o símbolo da independência feminina, que para se impor usava as mesmas práticas do machismo: dinheiro e carne nova. Os abutres logo o rotularam como mais um rostinho bonito. O tempo passou, e como água na terra fertilizou o caminho do jovem ator. Os mal amados, embora mordendo a língua, tiveram que aceitar: o amor não tem idade...

Veio a separação e com ela os desafios de uma nova fase. Precisou provar que era ator de verdade. A beleza era serva do talento, diferente da maioria dos ninfetos que pululam aos borbotões pelos sites de fofocas, Reynaldo mostrou para o que veio.

Fez novela, ganhou o respeito do povão.

Fez cinema, e embora tenha participado de comédias digestivas,não decepcionou a classe média.

Foi ao teatro e recebeu o silêncio dos monstros sagrados. O que já é uma vitória, pois como diz o dito popular: quem cala consente.

Depois Reynaldo enfrentou o que todo homem bonito tem que enfrentar: a fama de viado. Um “ mui amigo” não conseguindo arrancar dinheiro de Gianecchini tentou destruir sua reputação. Sua defesa foi sua conduta. Silêncio... Afinal os cães ladram mas a caravana passa.

Agora veio o maior desafio. Um câncer aos 38 anos idade. No momento em estava fazendo um vilão na peça Cruel do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912).

Gianecchini vai vencer mais esta batalha, e como sempre fez, sairá mais forte, mais sensível...

E quanto a nós, mortais, seremos brindados com mais um exemplo do que diferencia as pessoas comuns das extraordinárias... Afinal como disse Dostoievski, mas insistimos em não entender, “Sofrer e chorar significa viver.”

Paulo Fuhror