As mentiras do Plim-Plim

Ontem as organizações Globo lançaram um documento contendo a sua política editorial. Os princípios jornalísticos que norteiam o grupo foram anunciados pelo “Casal Nacional” Willian Bonner e Fátima Bernardes no último bloco do telejornal de maior audiência do país. Foi uma apresentação comovente, mas nada convincente.

Podemos extrair do texto a seguinte definição de jornalismo: “Jornalismo é o conjunto de atividades que, seguindo certas regras e princípios, produz um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas". A Seção I do documento trata dos atributos considerados indispensáveis para levar informação com qualidade. São eles: a isenção, a correção e a agilidade.

Quanto aos dois últimos, não tenho nada a questionar. A Globo cumpre bem o seu papel, mas o primeiro não passa de uma falácia. Não existe isenção no jornalismo, tanto o Global quanto o de qualquer outra agência. Existem notícias omitidas, outras são encomendadas, e o que move tudo isso é o poder econômico.

O texto indica que para haver a isenção não pode haver assuntos tabus e deve-se acolher o contraditório. Balela! Por que a Globo não noticiou as polêmicas declarações do presidente da CBF, Ricardo Teixeira? Por que o fantástico ao denunciar as ocupações ilegais de terras nos dois últimos domingos não mencionou o apresentador Luciano Hulk que cercou uma praia?

A resposta é simples meus amigos: Não é bom para sua imagem. Não é bom para os negócios. Também funciona assim com outros grupos. Ou alguém aqui acredita que a Rede Record irá vincular alguma notícia ruim envolvendo o Bispo Macedo e a Igreja Universal? Não há dúvida alguma de que esse esquema sempre foi assim e sempre será.

Na Seção II diz que a lealdade do jornalista é com a notícia, mas na prática sabemos que ele será leal a quem lhe paga melhor e noticiará apenas aquilo que lhe convém. Ainda é possível ler tal absurdo: "A regra de ouro é divulgar tudo, na suposição de que a sociedade é adulta e tem o direito de ser informada. A crença de que os veículos jornalísticos, ao não fazerem restrições a temas, estimulam comportamentos desviantes é apenas isso: uma crença".

Mediante tais palavras eu que não acredito que eles considerem a nossa sociedade adulta. Pensa que já é o bastante? Então leia isto: "As Organizações Globo serão sempre independentes, apartidárias, laicas (...) Não serão, portanto, nem a favor nem contra governos, igrejas, clubes, grupos econômicos, partidos. Mas defenderão intransigentemente: (...)a democracia, as liberdades individuais, a livre iniciativa, os direitos humanos, a república, o avanço da ciência e a preservação da natureza".

Quanta abobrinha! O blábláblá chega a causar náusea. Só quem for muito leigo ou inocente enxergará um pingo de verdade nesse lengalenga. A Globo foi a porta-voz do Regime Militar, morre de medo e não quer a abertura dos arquivos da Ditadura e na maior cara-de-pau diz que é defensora da democracia. Só faltava dizer que eles não atacam igrejas...Ah, não, eles disseram isso também. Hipocrisia, a gente se liga em você!

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 07/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3145337
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