SANDY E O SEXO ANAL.

Um dos livros mais proféticos do século XX foi sem dúvidas “1984” de George Orwell. Uma ficção sobre o futuro do mundo e de como a alienação estaria intrinsecamente ligada às pessoas, mas o livro, confirmando o seu vaticínio, só é citado como fonte de inspiração para o Big Brother. Uma pena!

Uma pena porque neste momento em que a maior economia do planeta apresenta seu espasmo mortuário, a destruição dos mananciais ameaça a vida no planeta e cientistas planejam criar um chip que poderá monitorar nossos pensamentos o assunto que mais “bombou” na internet foi justamente à declaração da Sandy (Sandileia da ex-dupla Sandyjunior) sobre o sexo anal. Disse a eterna virgem do pop-sertanejo-cafona em entrevista a revista Playboy que “é possível ter prazer anal”.

Pronto foi o suficiente para criar um tsunami de opiniões.

Gente dizendo que ela tem razão (gays) outros (religiosos) dizendo que ela se excedeu, enfim um verdadeiro desfile de bobagens que em nada modificam nossa realidade e em nada contribuem para diminuição do efeito estufa ou da crise do endividamento da economia norte americana (mundial). Isto me faz lembrar os sociólogos da década de 70 que criticavam o carnaval como sendo o ópio do povo.

Hoje é carnaval o ano inteiro e a coisa mais importante pra populaça é o ânus da Sandy.

A vida sexual de um holograma da indústria da musica de consumo é a coisa mais importante para se discutir.

Confesso que achava mais interessante os peitos da Monique Evans à frente da Bateria da Mocidade independente de Padre Miguel. Ou a piriquita da Alessandra Negrini no filme Cleópatra. Por mais que me esforce mentalmente não consigo imaginar a Sandy fazendo sexo anal, ou melhor, não consigo imaginá-la fazendo qualquer modalidade de sexo.

O máximo que consigo imaginar é o robô do Perdidos nos Espaços transando com o Doutor Smith.

Sandy não existe, é uma criação, um produto criado a imagem e semelhança do mercado. E sua entrevista tem como finalidade apenas vender revistas, nada mais...

E nós seguimos em nosso pequeno mundo trocando a decoração de nossa cela esquecendo-se de abrir as janelas.