Chamego’s bar - (da série “estórias de bar")

Desta feita, falo do “Chamego’s bar”.

Restaurante, do amigo Ricardo Pereira, situado bem aqui no centro de Belô – na rua Aimorés 1912, esq. com São Paulo – Lourdes – o barzinho é um lugar bem aconchegante.

Lugar de comida gostosa, nos últimos anos tem participado do evento “Comida di buteco” promovido pela cerveja Bohemia, cujo o tema neste abril último foi "comida do norte de Minas".

O bar concorreu com o delicioso prato “Sabor de Minas” que era composto de bolinhos de carne e costelinha de porco, acompanhados de mandioca na manteiga de garrafa, milho no pequi, geléia de pimentão e molho de alcaparras.

Num sábado, dia desses de julho, quando a hora do almoço esvaia-se e não havia quase ninguém, cheguei para almoçar.

Passados alguns minutos fui servido. Sentado numa mesa posicionada estrategicamente para acompanhar a televisão no ambiente ao lado, no mesmo bar, comia vagarosamente, prestando a atenção na programação. De repente, senta-se pra almoçar, bem debaixo da escada que dá acesso ao segundo andar, a Ingrid, muito cansada – imaginei -, depois do sobe e desce de escada , cumprindo sua rotina, servindo os fregueses do concorrido restaurante.

Impossível acompanhar a televisão sem que a percebesse no meio do caminho, vi seu colega de trabalho, o Tiãozinho, lhe servindo e achei aquilo o maior barato.

Legal mesmo, pensei. Muito merecido.

Afinal, uma pessoa que nos serve com tanta presteza, agora chegou a sua vez.

Ela pediu um refrigerante, que não sei qual, pois não dava pra ouvir e prontamente Tiãozinho foi buscar. Num instante volta ele, com o refrigerante seguro bem na tampinha da garrafa, como costume de todo garçon e balbucia-lhe algumas palavras.

Fazendo uma leitura labial, perguntei a mim mesmo; será que ele...? Não, não é possível!

Não resistindo à curiosidade, chamei: Tião, faça o favor.

Ele chegou à mesa, com aquela cara de tacho, feito cearense e lhe perguntei:

- será que você falou pra ela, que era pra beber no bico, pra evitar sujar copo?

No que o safado deu umas gargalhadas, confirmou e perguntou:

- como é que você sabe?

Apontei-lhe o anuncia na parede que dizia em letras garrafais:

- sorria que você está sendo filmado.

E eu que tava achando aquilo tudo maravilhoso...

Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 31/07/2011
Reeditado em 17/04/2012
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