Fazendo turismo seguro
Uma das características do “Estado cruel” (peguei emprestado de Plínio Sgarbi) que nos massacra, é a manipulação irresponsável de nossas finanças acumuladas pela alta carga tributária (sem retorno). Basicamente a teatralização funciona de forma unificada em todas as esferas de governo conforme ilustrada a seguir.
1 – A Câmara aprova o orçamento do ano seguinte sem mesmo mergulhar nos detalhes de algumas suspeitas nomenclaturas, fazendo o papel de bom moço (ou boa moça?). Apenas cumprem uma formalidade burocrática similar aos Conselhos de clubes que desejam estar de bem com o líder maior. Contanto que suas mordomias sejam preservadas, o resto não tem pressa.
2 – O Mi(ni)stério do Planejamento (deve ser lá que arquitetam as armadilhas que decepam nossos ganhos) só libera as verbas das áreas que estão “alinhadas” com o governo ou que sejam visíveis à população domesticada. Algo do tipo que gaste asfalto, cimento, tecido ou algum outro produto que seja visto com a placa do inaugurador quando transitamos pela cidade. Claro que na inauguração (mesmo faltando completar a obra) tem show de artistas consagrados com cachê pago por nossos impostos. Manutenções de tubulações de esgoto, recuperação de escolas e hospitais despedaçados ou investimentos para estrutura básica (energia, portos, aeroportos aparelhados, estradas sem buracos, armazéns climatizados) que permita o país crescer nos próximos 25 anos, nem pensar. Além do que, os patrões do G7 não concedem aval para estas ações de suas “colônias”, digo, leais “aliados”. Quando muito, adquirem peças de 2ª. mão (mas pagam como se fossem novas) para que o problema seja adiado para o governante seguinte.
3 – Diversas verbas são liberadas abaixo das necessidades emergenciais para as áreas carentes. Desta forma, usam as sobras (volumosas) de três formas:
a) criar um falso “superávit”.
b) Distribuir comissões entre os correligionários dos níveis mais altos.
c) subornar elementos não engajados inicialmente no contexto e que ameaçam revelar tais artimanhas.
Sem aplicação integral e honesta dos recursos em cada área social, alimenta-se a degradação que eternamente serve de trampolim eleitoral, que promete resolver em 4 anos, o que foi criminosamente sucateado em 40 anos. Já estamos saturados de citar as deficiências da educação, saúde, segurança, burocracia e outras que dão prejuízo à nação diariamente. O assunto do momento é o “apagão” aéreo. Esta é uma área que sempre imaginamos ser privilegiada, tendo em vista que até o final da década de 80, somente 5% da população tinha acesso a este meio de transporte.
Com a facilidade do crediário, a demanda tornou-se elevada e os problemas chegaram à tona. Da mesma forma que motoristas de ônibus e caminhões trabalham além da conta trazendo riscos aos usuários nas estradas mal conservadas, controladores de vôo exercem delicadas atividades com equipamentos não mais confiáveis para o aumento do tráfego pelo ar. Provavelmente não recebem reciclagem em épocas adequadas e o quadro de funcionários está abaixo da real necessidade para executar tarefas que colocam em risco centenas de vidas por dia.
Para onde você vai viajar nas próximas férias?
Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta – dez/2006
Autor do livro: BRINQUE E CRESÇA FELIZ!
Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!
Nós podemos fazer a diferença na verdade do futuro.