GALILEU GALILEI...

Por: Wagner Herbet Alves Costa(1968-2006)

(07/05/2006)

Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!

Antes de nada, quero avisar que este artigo, sem dúvida, está sujeito à revisão. (Peço que leiam ao menos esta introdução.)... Deixei o texto bem longo; porquanto, apesar dos possíveis equívocos e enganos no que eu escrevi, espero que ele possa conter múltiplas informações que venham a ser úteis para outros católicos que se interessarem em desenvolver esta temática. (Faço, aliás, votos!)

Muitos são os inimigos e desafetos do Catolicismo. Não à toa, ainda hoje, perduram idéias estereotipadas e preconceituosas sobre a Igreja Católica. Cito-lhes o questionário elaborado por Gene Calahan (norte-americano) feito a um aluno estudante de pós-graduação em Ciências Sociais. O qual consistia de oito perguntas; dentre elas, encontram-se: << Colombo teve de lutar contra a doutrina Católica estabelecida de que a Terra era achatada, antes de conseguir persuadir alguém a apoiá-lo em sua tentativa de alcançar as Índias em 1492... O modelo geométrico do sistema solar era um importante elemento da doutrina cristã porque ele dava ao homem um lugar importante, o centro do universo...>>[http://www.midiasemmascara.com.br/ artigo.php?sid=4797].

Ao que Callahan responde a essas questões, declarando:

1- <<Falso. Era amplamente aceito na Idade Média de que a Terra era redonda. A idéia de que o homem medieval geralmente acreditava que ela era achatada foi inventada no século XIX: http://www.ku.edu/~medieval/melcher/19991101.med/msg00361.html.>> [http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4797].

2- << Falso. A Igreja adotou essa idéia de Aristóteles, que a fundamentou a partir de sua visão do mundo natural como um organismo. Collingwood diz que a noção de que a importância da revolução copernicana consistiu em diminuir a importância do homem no universo “é uma idéia tanto filosoficamente idiota quanto historicamente falsa”. Ele observa que o livro, talvez, “mais amplamente lido na Idade Média”, (De Consolatione Philosophiæ de Boécio), contém uma longa passagem sobre o “minúsculo canto” do universo ocupado pelo homem, um lugar que “dificilmente merece um nome, mesmo que seja infinitesimal”. (1960 [1945], The Idea of Nature, Oxford University Press: London, pp. 96–97).>>[http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4797].

E diretamente sobre o Caso Galileu, Gene Calahan faz o seguinte questionamento: << Quando Galileu enfrentou a Inquisição, ele manteve a opinião de que a Terra se movia em torno do Sol, enquanto que a Inquisição acreditava que o Sol se movia em torno da Terra. De acordo com a ciência moderna: a) A Inquisição estava correta; b) Galileu estava correto; c) Nenhum deles estava, nem mais nem menos certo do que o outro.>>[http://www. midiasemmascara.com.br/artigo.php ?sid=4797] ???... Ao que ele próprio responde, dando como certo o item ‘c’: <<Como Alfred North Whitehead diz: “Galileu dizia que a Terra se movia e que o Sol estava fixo; a Inquisição dizia que a Terra era fixa e que o Sol se movia; os astrônomos newtonianos disseram que ambos se moviam. Mas, atualmente, dizemos que ambas as afirmações são verdadeiras, desde que se defina o sentido de ‘repouso’ e de ‘movimento’ de acordo com a afirmação adotada”. (1967 [1925], Science and the Modern World, The Free Press: New York, pp. 183–184).>>[http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4797].

Já o Dr Joaquim Blessmann afirma: <<A condenação de Galileu foi devida ao modo como ele defendeu o sistema heliocêntrico. Quis prová-lo com argumentos bíblicos (incidindo no erro que condenava em seus oponentes, ele, o criador da experiência científica), errou no argumento das marés e insistiu na necessidade de uma pronta reinterpretação de certos trechos da Bíblia. A condenação de 1633 deveu-se à desobediência de Galileu ao compromisso assumido em 1616. Neste processo, sim, os representantes da Igreja cometeram um grave erro, opinando em matéria de interesse exclusivo da ciência, ao declararem um sistema astronômico contrário à fé.>> [ http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina&id=987].

Há, entretanto, também quem enxergue no caso Galileu um processo camuflado para combater algo verdadeiramente herético presente nas idéias desse afamado cientista italiano.(No entanto, descartarei, neste meu simplório artigo, de aventurar-me, com profundidade, por essa via de entendimento; apenas citarei, logo a seguir, uma pequena síntese a respeito do mesmo.)... <<Pietro Redondi, em seu livro Galileu Herético, mostra que o verdadeiro motivo de sua condenação foram as implicações teológicas de suas idéias a respeito da constituição da matéria. Redondi destaca que os trechos da Escritura concernentes ao problema do movimento do Sol não eram nem tão numerosos nem tão importantes, e de resto, nenhum concílio havia jamais estipulado o geocentrismo como verdade de fé. No mais, o Cardeal São Roberto Bellarmino, o mesmo que advertiria Galileu oficialmente no palácio do Vaticano em 1616, numa carta ao padre Foscarini, que publicara uma teoria sobre a concordância entre o heliocentrismo e a Escritura, não rejeita o heliocentrismo, mas, diz que não acreditaria numa demonstração do heliocentrismo, até que esta lhe fosse mostrada>>[http://www.montfort.org.br/index.php? secao=veritas&subsecao=ciencia& artigo=galileu&lang=bra]

Tomarei, por hora, o comum posicionamento de que o certo é o Heliocentrismo e, a partir desse ponto, focarei o trabalho a seguir. Porém, antes, como muitos autores, em seus textos, gostam de mencionar, a reboque, o caso Giordano Bruno (constituindo assim quase uma dupla de super-heróis, Bat-Galileu e Bruno-prodígio) venho aqui deixar claro que: a respeito de Giordano Bruno, a sua condenação fora no campo da teologia. Ele era um herege de galochas!

<<Não figura entre essas acusações alguma relativa à teoria heliocêntrica de Copérnico e portanto, Bruno foi acusado puramente no campo teológico, não no campo científico (...) Na primavera de 1599 teve início seu julgamento por uma comissão da Inquisição Romana. Foi condenado devido a sua doutrina teológica de que Cristo não era Deus, mas sim um mágico de habilidade incomum, que o Espírito Santo era a alma do mundo, que o demônio seria salvo um dia, etc. A 20 de janeiro de 1600 Bruno é condenado. Ao final foi levado, a oito de fevereiro, ao palácio do Grande Inquisidor para ouvir sua sentença de joelhos, diante dos acólitos assistentes e do governador da cidade. Quando a sentença de morte foi lida para ele, ele dirigiu-se aos juizes dizendo: "Talvez vocês, meus juizes, pronunciem esta sentença contra mim com maior medo que o meu em recebê-la." Foram-lhe dados mais oito dias para ver se ele se arrependia. Não adiantou. Em 17 de fevereiro ele foi trazido ao Campo di Fiori, sua boca com uma mordaça, para ser queimado vivo. Foi levado ao poste e quando estava morrendo um crucifixo lhe foi apresentado, mas ele empurrou-o para longe com marcado desdém.>>[http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-bruno.html].

O CASO GALILEU

O caso Galileu é o mais assacado para confrontar a Igreja de Deus. Entretanto, é preciso, primeiramente, tomarmos conhecimento de que Galileu Galilei – em vida – não conseguiu provar sua tese. Tanto é que: <<Quando em 1741 alcançou a prova óptica do giro da terra ao redor do sol, Benedito XIV mandou que o Santo Ofício concedesse o imprimatur à primeira edição das obras completas de Galileu>> [http://www.corazones.org /apologetica/galileu.htm]. O que confirma que tal comprovação só se deu várias décadas depois do falecimento do mencionado homem da ciência. (Galileu morreu em 1642.) E mesmo assim, esta ‘prova’, quase 100 anos após seu falecimento, não era absoluta; haja vista a demonstração da Rotação da Terra – à qual estava atrelado a tese heliocêntrica – só foi possível no século XIX: << Somente muito mais tarde em 1851 é que Foucault conseguiu provar o movimento de Rotação da Terra>> [http://www.veritatis.com.br/print.asp?pubid= 2587].

<<O físico francês Jean-Bernard-Leons Foucault (1819-1868) constrói um pêndulo gigante, com um fio de aço de 60 m de comprimento preso a uma bola de ferro de 31 kg. Registra os desvios sofridos pela bola e fornece a primeira prova inequívoca da rotação da Terra>> [ALMANAQUE ABRIL 1999, Editora Abril, SP, pp. 670-671].

E, em segundo lugar, é que, na sua polêmica obra ‘Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo’, ele maqueou dados (“ajustando-os”) para justificar aquilo que acreditava... ‘Mas que coisa feia, em Galileuzinho!`

Isso, sem fala da atitude calhorda dele para adquirir o imprimatur eclesial: <<Em maio de 1630 Galileu vai a Roma para obter o necessário `Imprimatur`. O encarregado de examinar seu livro, Pe. Riccardi, era amigo pessoal de Galileu. Conclui que eram necessárias algumas correções (...) Diante disso, Galileu resolveu imprimir o livro em Florença. Riccardi concordou, desde que Galileu lhe trouxesse o primeiro exemplar da obra, com as devidas correções, para receber o ‘Imprimatur` (...) Em Florença, Galileu consegue que o revisor seja outro amigo seu, Stefani, que foi induzido a pensar que a obra já tinha sido aprovada em Roma. Stefani concedeu a autorização. O título e o prefácio foram enviados para aprovação e o livro foi publicado em 1631. Quando Riccardi recebeu um exemplar da obra completa, viu com surpresa que, antes da aprovação florentina, figurava a sua. E sem nenhuma correção no corpo do livro: o sistema copernicano era apresentado em toda a obra, exceto no Prefácio, como verdade incontroversa.

>>[http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?id=cod&doutrina=987].

Pode parecer estranho para muitos quando se desmistifica certos personagens postos, pelos inimigos da Igreja como grandes heróis da Humanidade; aos quais fazem passar por impolutos mártires da verdade. Quando, verdadeiramente, eram homens sujeitos às mesmas fraquezas dos demais mortais.

<<“O cientista é como qualquer pessoa: tem paixões e ambições”, afirma Shozo Motoya, chefe do Departamento de História da Ciência da Faculdade de História da Universidade de São Paulo. “É ingenuidade imaginar que se trata de alguém acima das vaidades”. Muitos gênios, aliás, foram flagrados em atitudes que revelam malandragem digna dos românticos morros cariocas de outrora. Vejamos o caso do astrônomo italiano Galileu, falastrão e polemista... não conseguiu resistir à tentação de se apoderar de idéias alheias para alcançar prestígio e conseguir recursos para manter a sua vida boêmia>> [Revista SUPERINTERESSANTE, Editora Abril SA, março de 2001, ano 15, no. 3, p. 65; seção de curiosidade: ‘Gente como a gente, por Mariana Mello].

Vale à pena acrescentar, como um ponto interessante a se ater, que: as autoridades – com relação à referida obra – não haviam imposto que o astrônomo italiano defendesse o geocentrismo. Mas que ele deixasse a questão em aberto. E para tanto estipulou que o mesmo comentasse sobre os dois sistemas, sem optar por nenhum. <<Entre 1624 e 1630 Galileu escreveu um novo livro, ‘Diálogo sobre dos dois sistemas de Máximos de Mundo’ , o Ptolomaico e o Copérnico! Galileu comunicara ao Papa Urbano VIII que pretendia escrever esse livro. O Papa o apoiara, aconselhando-o, porém, a não entrar em conflito com o Santo Ofício e a tratar o sistema de Copérnico como hipótese. Uma recomendação perfeitamente correta, pois agora é ponto pacífico que em ciência nada é definitivo>> [http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?cód=doutrina&id=987].

Além do mais, ainda existia uma tese mista postulada por um não menos famoso astrônomo da época, Tycho Brahe; a qual sustentava que os planetas girariam em torno do Sol e este, por sua vez, arrastando consigo o seu séqüito planetário, giraria em redor da Terra. Em suma, havia outra hipótese a qual Terra continuaria como o centro do sistema. Ou seja, existia um outro modelo explicativo: fazendo que fosse descartável a obrigatoriedade de se ter que aceitar a tese heliocêntrica – ainda que se discordasse do geocentrismo ptolomaico (por se encontrar neste sistema alguma falha). Portanto, o heliocentrismo não era a única solução para as falhas apresentadas no sistema clássico ptolomaico.

Também se faz necessário pautar que a retomada da idéia do heliocentrismo se deu cerca dum século antes de Galileu nascer e foi feita pelo padre católico Copérnico, em sua ‘Revolutionibus Orbis Coelestium’, que, inclusive: << Foi publicada a requerimento de dois influentes homens da Igreja: o Cardel Schomberg e o Arcebispo de Culm, Tiedemenn Giese. A obra contou com a autorização do Papa Paulo III>> [ENCICOLPEDIA CATÓLICA, ACI-PRENSA, Nova York, 2000; verbete: Galileu, cf. www. Enciclopédia católica/g/galileu-imagem:htm.]. Bem como, é de bom alvitre recordar que os papas subsequentes não impuseram proibição às teses copernicanas (apresentadas como hipóteses): <<Durante 75 anos não se originaram contrapropostas por parte da Igreja Católica, ainda que Lutero e Melackton condenaram o trabalho de Copérnico em termos desmedidos. Nem Paulo III, nenhum dos nove papas que o seguiram, nem a Congregação de Roma fizeram ver nenhum alarme, tal e como foi originado pelo Galileu em 1597>> [ENCICLOPEDIA CATÓLICA, ACI-PRENSA, Idem].

Aliás, ‘Revolutionibus Orbis Coelestium’ <<foi dedicado ao Papa Paulo III, que aceitou a dedicatória, sem problemas. E, mais ainda, o sistema proposto por Copérnico foi usado pela Igreja para reformar o calendário litúrgico, permitindo prever a data da Páscoa e, a partir dela, as demais datas do ano litúrgico. O sistema geocêntrico de Ptolomeu havia levado a erros cumulativos importantes. Os cálculos para definir as datas litúrgicas foram enormemente simplificados com o sistema heliocêntrico. Estes cálculos foram feitos pelo jesuíta e matemático Clavius>>[http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina &id=987 ].

<<Observe-se que a obra de Copérnico, já com 80 anos, até então tinha sido deixada pela Igreja Católica à livre discussão, e havia eclesiásticos que a defendiam. E nela baseou-se a reforma do calendário, já referida. O que provocou, depois de tanto tempo, sua proibição, foi a atitude de Galileu, querendo impor como certa, verdadeira, uma teoria para a qual não tinha provas objetivas. Pelo contrário, insistia em uma prova falsa, a das marés. E jamais ele ou outro contemporâneo conseguiu explicar o paradoxo do vento de 1.440 km/h, na linha do Equador, que ‘deveria` existir em virtude da rotação da Terra. Galileu, lançado mão de razões exegéticas e insistindo em uma reinterpretação da Bíblia, acabou forçando uma decisão imatura e lamentável da Sagrada Congregação do Index.>> [http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina&id=987].

Galileu: <<Já então estava, também, convencido do acerto das teorias de Copérnico sobre a movimentação dos astros, mas em suas aulas continuava a ensinar que a Terra era o centro do Universo e em torno dela giravam planetas e estrelas. Não tinha medo da Inquisição, ainda, pois nessa época a própria Igreja não dava importância ao assunto. Conforme confessou numa carta escrita a Kepler, datada de 1597, temia o ridículo. E tinha razão. A imobilidade da Terra não era apenas uma teoria defendida pela tradição da escola de Aristóteles, mas sobretudo parecia perfeitamente de acordo com o senso comum (...) Logo, no entanto, Galileu recebeu o apoio entusiasmado de Kepler, então no auge do prestígio como matemático imperial na corte de Praga. Em seguida, converteram-se algumas das mais destacadas figuras da ordem dos jesuítas, que chegaram a homenageá-lo em Roma, onde o próprio papa Paulo V o recebeu numa audiência amistosa. Para coroar tudo, foi convidado a morar em Florença, como "primeiro matemático e filósofo dos Medicis". Tudo isso aconteceu em 1610, quando ele tinha 46 anos.>> >>http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/galilei.html].

<<Como se explica que 23 anos mais tarde estivesse em desgraça, submetido aos juízes da Inquisição? Dois motivos diversos contribuíram para isso. Primeiro, a mudança política da Igreja Católica, causada pela pregação protestante que, tomando ao pé da letra as palavras da Bíblia, multiplicava seus adeptos por toda a Europa. Roma decidiu fortalecer sua própria ortodoxia e começou a vigiar teorias suspeitas, como as defendidas por Galileu. Mas seu pior inimigo foi seu próprio temperamento. Ou melhor, uma das facetas de seu temperamento contraditório... quando entrava em polêmicas científicas, era sarcástico, brutal, de um orgulho desmedido. >>[http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/galilei .html].

Eh! A DESGRAÇA DO PROTESTANTISMO não deixou, de algum modo, de está metida e colaborando para endurecimento da posição da Igreja (infelizmente!).

<<Lutero julgava que as idéias de Copérnico eram idéias de louco, que tornavam confusa a astronomia. Melancton, companheiro de Lutero, declarava que tal sistema era fantasmagória e significava a rebordosa das ciências. Kepler (1581´1630), astrônomo protestante contemporâneo de Galileu, teve que deixar a sua terra, o Wurttemberg, por causa de suas idéias copérnicianas.>>[http://www.cleofas.com.br/virtual/texto .php?doc=doutrina&id=634 ]

Por fim: <<Urbano VIII, pressionado pelos inimigos de Galileu, e considerando a desobediência formal à proibição de 1616, passou o assunto à Inquisição. A comissão encarregada de examinar a obra grupou a censura em oito pontos, esclarecendo nas conclusões que todos eles podiam ser corrigidos (as marés como falsa prova, apresentar o sistema copernicano apenas como hipótese, etc.). Mas, acrescentava, a desobediência era um agravante bastante sério (o grifo é nosso, pois as conclusões da comissão mostram que o problema era, basicamente, disciplinar). Galileu, chamado a Roma para julgamento, depois de vários adiamentos (doença, velhice, peste, inundações, foram os motivos alegados), lá chega em 12/02/1633. Hospedou-se inicialmente no palácio do Embaixador de Florença; depois passou a residir no edifício da Inquisição, em aposentos do Fiscal da Inquisição, ‘cômodos e abertos` (nada de aprisionamento em masmorras, ‘a pão e água` , como diz uma das lendas).>> [http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina& id=987].

<<Galileu fora, então, condenado pelo Santo Ofício por heresia inquisitorial, ou seja, disciplinar, não teológica, por haver sustentado e acreditado numa doutrina, após repetidas negações formais perante a autoridade eclesiástica, em outras palavras, Galileu era condenado por alta traição. Por isso, foi condenado à penitência e a prisão perpétua. Por ordem do papa, pode instalar-se na residência do embaixador florentino e, em seguida, cumprir a pena sob a forma de prisão domiciliar em sua casa de Arcetri.>>[http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=ciencia&artigo=galileu&lang=bra].

Citando ao livro ‘Galileu’ (Ed. Quadrante, SP, 1987) de Jorge Pimentel Cintra, o Prof. Dr. Joaquim Blessmann salienta o seguinte: <<Do filósofo cético-gnóstico Paul Feyerabend citamos (Ref, 13, pág, 64): “No tempo de Galileu a Igreja se manteve mais fiel à razão do que o próprio Galileu e levou em consideração também as conseqüências éticas e sociais da doutrina de Galileu. O processo contra Galileu era justo e racional”... Palavras do físico Nicola Cabibbo, presidente do Instituto Nacional de Física da Itália (Ref. 14, pág.. 24): “se examinamos o processo, vemos que Galileu não foi condenado pelas teses científicas, mas porque tentava fazer teologia”>> [http://www.cleofas.com.br/virtual /texto.php?doc= igreja&id=634].

<<En cuanto al decreto de 1616, hemos visto que fue promulgado por la Congregación del Indice... este tribunal estaba absolutamente incompetente de hacer un decreto dogmático. Tampoco el caso está alterado por el hecho de que el papa aprobará la decisión de la Congregación in forma communi. Es decir que el propósito fue la prohibición en cuanto a circular los escritos que se consideraron hirientes. Tanto el papa como sus asesores pudieron haberse equivocado en ese juicio, pero eso no altera el carácter del pronunciamiento, o convierte al mismo en un decreto ex cathedra.>>[http://www.enciclopediacatolica.com/g/galileo-imagen.htm]. Que traduzindo fica: “Enquanto ao decreto de 1616, temos visto que foi promulgado pela Congregação do Índice... este tribunal estava absolutamente incompetente de fazer um decreto dogmático. Tampouco o caso está alterado pelo fato de que o papa aprovara a decisão da Congregação ‘in forma communi’. É dizer que o propósito foi a proibição enquanto a circular os escritos que se consideraram hirientes. Tanto o papa como seus assessores poderiam ter se equivocado nesse juízo, porém isso não altera o caráter do pronunciamento, ou converte o mesmo em um decreto ‘ex cathedra’ ”.

<<En referencia al segundo juicio, el de 1633, el mismo no tuvo un enfoque tan directo en la doctrina, como en la persona de Galileo, y en su actitud de no mantenerse fuera de la divulgación de las doctrinas copernicanas. La sentencia que se le dio claramente implicaba una condenación a las ideas de Copérnico, pero no se hizo un decreto formal acerca de este punto, y el mismo no tuvo la firma del papa. Esto no es solamente una opinión de teólogos, sino que también es corroborado por escritores quienes no pueden ser acusados de estar tendenciosamente a favor del papa. El profesor Augusto De Morgan (Budget of Paradoxes) declara: Es claro que lo absurdo fue el acto de la Inquisición Italiana, para la satisfacción privada y personal del papa –quien sabía que cualquiera que fuera el curso que las acciones tomaran no lo implicarían a él como papa- y no a la institución de la Iglesia.>>[http://www. enciclopediacatolica.com/g/galileo-imagen.htm]. Cuja tradução é: “Em referência ao segundo juízo, o de 1633, o mesmo não teve um enfoque tão direto na doutrina, com na pessoa de Galileu, e em sua atitude de não se manter fora da divulgação das doutrinas copernicanas. A sentença que se o deu claramente implicava uma condenação às idéias de Copérnico, porém não se fez um decreto formal acerca deste, senão que também é corroborado por escritores que não podem ser acusados de estar tendenciosamente a favor do papa. O professor Augusto De Morgan (Budget of Paradoxes) declara: É claro que o absurdo foi o ato da Inquisição Italiana, para a satisfação privada e pessoal do papa – que sabia que qualquer que fora o curso que as ações tomariam não implicariam a ele como papa –e não à instituição da Igreja”

<<Yvon Gebler (Galileo Galilei):La Iglesia nunca condenó (el sistema copernicano) en absoluto, debido a que los Calificadores del Santo Oficio nunca significaron la Iglesia. Conviene agregar que a Riceloll y a otros contemporáneos de Galileo se les permitió, luego de 1616, que la definición copernicana había sido dada a conocer por el pontífice.>>[http: //www.enciclopediacatolica.com/g/galileo-imagen.htm]. Traduzindo: “Yvon Gebler (Galileo Galilei): A Igreja nunca condenou (o sistema copernicano) em absoluto, devido a que os Qualificadores do Santo Oficio nunca significaram a Igreja. Convém agregar que a Riceloll e a outros contemporâneos de Galileu se lhes permitiu, depois de 1616, que a definição copernicana havia sido dada a conhecer pelo pontífice”.

<<A sentença da Inquisição começa com os nomes dos 10 cardeais da Inquisição, e acaba com as assinaturas de 7 deles. O Papa, junto com a Congregação, decidiu que Galileu fosse condenado e que abjurasse de sua opinião, mas no texto da sentença não aparece em nenhum momento citado o Papa; portanto, esse documento não pode ser considerado como um ato de magistério pontifício, e menos ainda como um ato de magistério infalível nem definitivo. No texto da abjuração se lê - maldigo e detesto os mencionados erros e heresias - ; mas não se trata de uma doutrina definida como heresia pelo magistério da Igreja: no texto da abjuração se diz, como assim é, que essa doutrina foi declarada contrária à Sagrada Escritura, e, como sabemos, esta declaração se fez mediante um decreto da Congregação do Índex, que não constituiu um ato de magistério infalível nem definitivo.>>[http://www.acidigital.com/controversia/galileu.htm].

Parte – 2

Muitas vezes, na análise historiográfica, é preciso, sim, acentuar-se até mesmo as características pessoais do indivíduo em questão para melhor aclarar o porquê de as coisas terem se deslanchado de tal e tal modo. Sem dúvida, o principal inimigo de Galileu foi a sua própria arrogância e petulância. Inclusive, por causas delas é que a própria Igreja endureceu com relação à questão do geocentrismo. [Lembremos que não lhe havia sido imposto que defendesse que a Terra era o centro; e sabe por quê? Porque, simplesmente, não era dogma de fé!]

O encrespamento de Galileu, no que concerne aos Jesuítas, deveu-se, em parte, a uma disputa científica entre ele e o jesuíta Grassi; haja vista, este apoiara a posição brahereana a respeito dos cometas (cf. Revista GALILEU, Editora Globo, setembro de 1978). Aliás, diga-se de passagem, Grassi estava certo e Galileu, errado! [Galileu chegou a afirmar que os cometas seriam uma espécie de fenômeno ótico.]

E essa arrogância de Galileu custou-lhe apoios importantes, como o dos próprios Jesuítas (inicialmente seus amigos). Inclusive, exemplo jesuítico em prol da Ciência havia, como nos lembra Carlos M. Nabeto: <<Dez anos antes de Galileu, João Kepler publicou uma obra que expandia o trabalho de Copérnico e, como resultado, foi perseguido pelos protestantes que o classificaram como “blasfemador” e encontrou proteção junto dos jesuítas, que sempre demonstraram amor pela ciência>> [http://sites.uol.com.br/agnus dei.2002/pr4.htm].

<<Johann Kepler (1571-1630), a German Protestant astronomer, was, in 1607, prevented from printing an article on comets by the Saxon theologians (14). Perhaps this type of antipathy to science was one reason why Kepler, two years earlier, "praised 'the wisdom and prudence of the Roman Church' for its public encouragement of scientific research." (Conway, Bertrand L., The Question Box, New York: All Saints Press, rev. ed., 1962, 223.)>.[http://socrates58.blogspot.com/2004_07_04_ socrates58_archive.html - . Que traduzindo é: “Johann Kepler (1571-1630), um astrônomo&#61486;108898131638088500] protestante alemão, foi, em 1607, impedido de imprimir um artigo sobre cometas pelos teólogos da Saxônia. Talvez este tipo de antipatia pela ciência foi uma das razões que Kepler, dois anos antes, “elogiou ‘a sabedoria e prudência da Igreja Romana’ pelo seu público encorajamento da pesquisa científica”.

Depois de saber de tudo isso, como alguém pode ousar dizer que a Igreja tinha uma visão sumamente preconceituosa (ou “medievalesca”) a respeito das realidades cosmológicas?... O endurecimento, sem dúvida alguma, ocorreu posteriormente; por causa do arrogante e infeliz posicionamento do senhor Galilei na defesa intransigente e infundada (até então!) do heliocentrismo. O qual, como já foi dito: ele não tinha, verdadeiramente, comprovado nada. E ainda assim, muito orgulhosamente, queria, por que queria, que fosse aceito por todos (mesmo que para isso, ele tivesse que camuflar os dados; como foi feito por ele)... Afora, a atitude inescrupulosa em, desrespeitosamente, se aproveitar do imprimatur da Igreja (que recebeu no seu livro polêmico), desobedecendo à autoridade eclesiástica.

E não obstante tudo, sua condenação: <<Foi somente a “formalem carcerem”- uma espécie de reclusão domiciliar –, vários juízes se negaram a subscrever a sentença, e o Papa de então não a firmou. Galileu pôde seguir trabalhando em sua ciência e morreu em sua casa de Arcetri, perto de Florença>> [http://www.corazones.ogr/ apologética/galileo.htm].

<<Galileu não foi condenado à morte, como falsamente se costuma dizer, e sim à prisão domiciliar, em um confortável palácio, de onde ele podia sair quando quisesse, ir visitar o Papa, e outros amigos, etc. Ele morreu bem sossegado em sua cama>>[http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=ciencia&artigo=20040826184655&lang=bra]

E apesar de todo o prejuízo que, na sua soberba e presunção científicas, Galileu causou, o papa, que tinha o direito de ser totalmente inflexível com relação ao mesmo, quando da partida desse cientista do presente mundo, não o foi (de todo). Porquanto, o Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo procedeu até com certa condescendência: haja vista, ele não só lhe deu indulgência plenária, como também a sua bênção.

<< “A imagem de Galileu versus a Igreja, ou a ciência versus a Igreja, foi criada por pensadores anticatólicos dos séculos XVIII e XIX, para apresentar a Igreja como inimiga da ciência, do progresso e da razão. Muitos eclesiásticos estudavam sistematicamente astronomia e vários deles vinham defendendo o sistema heliocêntrico mesmo antes de Galileu, como o próprio Copérnico, que era cônego.”... A Igreja não queria proibir que se discutisse o sistema de Copérnico, mas apenas solicitava que não fosse apresentado como inquestionável, enquanto não houvesse provas decisivas. O argumento das marés que Galileu apresentou como prova, era falso’ (Revista PERGUNTE E RESPONDEREMOS, D. Estevão Bittencourt, osb, No. 382 – Ano 1994 – Pág. 107)>> [http://www.cleofas.com. br/virtual/texto.php?doc=doutrina&id=987].

E ainda que certas autoridades da Igreja tivessem, num julgamento anterior, errado ao afirmar que a tese geocêntrica contrapunha-se a fé, isso, apenas demonstraria – como propugnam muitos – que: primeiramente, eles intrometeram-se em algo fora de sua jurisdição (já que sua área de atuação é a esfera religiosa e não científica); e que, mais importante ainda, estariam defendendo algo que nunca fora definida, anteriormente, como uma verdade dogmática da Fé Católica (ou seja, a afirmação dessas autoridades eclesiásticas não passaria de pura opinião teológica deles, e não de uma assertiva com caráter dogmático)... E se é, como muitos afirmam hodiernamente, de que ciência não teria verdades absolutas, então quem sabe no futuro se prove que a Terra, de fato, é o centro do universo? (Se é que o universo tem um centro!)... [Parece-nos inconcebível uma tal conjectura hoje, absurda mesmo; mas, e no futuro, permanecerá ela tendo uma tal absurdidade??]

<<Belarmino e outros eclesiásticos apregoando o que hoje é um princípio fundamental da ciência: nela, nada é definitivo (o heliocentrismo devia ser apresentado como hipótese, não como verdade incontestável). Eles tiveram uma concepção dos fundamentos do saber científico superior à de Galileu, cientista renomado e criador da experiência cientificamente conduzida.>> [http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php? doc=doutrina&id=987].

<<Na Suma Teológica, São Tomás de Aquino deixa bem claro que a realidade física, o fenômeno observado, é uma coisa; e outra são as teorias científicas que tentam explicá-lo: ‘Uma teoria deve salvar as aparências sensíveis` (isto é, deve estar de acordo com o que aparece aos sentidos, com a realidade física). ‘Isto, entretanto, não constitui uma prova suficiente e decisiva, porque talvez pudéssemos salvar as aparências sensíveis com uma teoria diferente e mais simples`.>>[http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc =doutrina&id=987].

<<A teoria interpretativa, apesar de seu talhe imponente, é cientificamente sujeita ao observado, aos fenômenos, e só se mantém enquanto suas articulações e a costura de seu tecido de hipóteses explicativas conseguem dar conta dos dados observados... E então, para o ilustrar genialmente com um exemplo astronômico, Santo Tomás diz que é evidentemente provado o movimento dos astros, que naquele tempo se enquadravam para cálculos de eclipses etc., na teoria dos epiciclos que viera do Almagest de Ptolomeu e durante quatorze séculos conseguira enquadrar os “dados observados”; mas logo o Doutor Angélico acrescenta com o mais lúcido discernimento científico (além dos outros, mais altos) que isto não provava a teoria dos epiciclos, e que amanhã ou depois outra teoria interpretativa poderia dar uma explicação mais simples. O que importava era a salvaguarda do “depósito observado”. Digamos como os escolásticos: “opportet salvare apparentia sensibilia”.>>[http://gustavocorcao.permanencia.org.br/ Artigos/cientificismo.htm].

Exemplificando, as idéias einsteineanas, pareciam estranhíssimas quando foram lançadas; depois, porém, mostraram-se uma coqueluche no meio científico... Atualmente, como já ouvi dizer que ‘dois dos pilares que sustentavam as teses de Einstein já caíram, só resta um’... Mais interessante foi o discurso de Bernard Shaw num banquete, contando com a presença desse afamado homem da ciência; o qual teria dito algo mais ou menos assim: ‘O universo descrito por Ptolomeu durou mais de mil anos; o de Galileu, trezentos; quanto durará o de Eistein?’ [Muito provavelmente, bem menos do que os anteriores!] Que a Terra se movia, isso se podia, com mui fortes razões, duvidar naqueles dias do século XVII; o que não se poderia, hoje, duvidar é o quão móvel, mesmo, são as explicações dadas pelos cientistas a respeito da realidade. Tornando-se, por vezes, uma verdadeira areia movediça, em que incautos adoradores do deusinho do racionalista (de certos científicos) acabam por imergirem num lamaçal de conceitos e preconceitos anticristãos.

Adendo 1: <<Em conseqüência, aos 5 de março de 1616 a Congregação do índice condenou as obras que defendiam a doutrina de Copérnico, até que fossem corrigidas, sem mencionar em absoluto o nome de Galileu. O processo do Santo Ofício fora secreto e o sábio astrônomo voltou a Florença a fim de continuas seus estudos, plenamente prestigiado pela Santa Sé... Após alguns anos, provocado a se pronunciar sobre o assunto, passou a defender em termos cautelosos o heliocentrismo; em 1623 chegava a propugná-lo no escrito ‘Il Saggiotore’. Este opúsculo ofertado ao novo Papa, Urbano VIII, amigo pessoal de Galileu (ambos eram poetas), foi aceito e lido com prazer pelo pontífice. O cardeal Hohenzollen, por essa ocasião, pediu mesmo a Sua Santidade que se pronunciasse em favor do heliocentrimo: Urbano VIII, respondeu que esta doutrina jamais fora condenada como herética e que pessoalmente ele nunca a mandaria condenar, embora considerasse bastante ousada (esta resposta é de importância pois sugere que o decreto da Congregação do Índice emanado em 1616 era tido como decreto meramente disciplinar, não como decisão doutrinária)>> [http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina&id=987].

Adendo 2: <<Desde a sua criação por Ignácio de Loyola, a Companhia de Jesus caracterizou-se pela pesquisa e divulgação da ciência, especialmente a astronomia... Um dos mais notáveis jesuítas cujo nome foi dado a crateras da Lua foi o padre Cristóvão Clavius... Outro famoso astrônomo jesuíta foi Anastácio Kircer (1634-1680). Dedicou-se principalmente ao estudo do magnetismo terrestre e lunar sobre as correntes marítimas... Nos séculos 18 e 19, a Igreja continuou contribuindo de maneira notável para o estudo do céu. Basta citar os nomes dos astrônomos Ruggero Boscovichy, Vico, Secchi, Hagan, Tibor e Rivas. Isso, naturalmente, sem falar do Padre Thomas Moreaux, um dos mais notáveis astrônomos franceses de todos os tempos... Ainda mais recentemente, devem ser lembrados os nomes do padre Antonio Romana... e do padre Reyna... Diante de tudo isso, não parece tão estranho que Arthur C. Clarke, o conhecido escritor inglês de science-fiction, tenha incluído um padre astrônomo entre os principais personagens do seu romance futurista, SOS Lua. Nessa história, Clarke, que não é católico, fez do padre Ferraro “um astrônomo interessado em geologia lunar, na boa tradição dos jesuítas”>> [Revista PLANETA, Aventura Espacial, No 109-A, Editora Três, SP, pp.12-13].

Adendo 3: Um tribunal inquisitorial pode errar sim (como, aliás, qualquer outro tribunal). Basta citarmos a condenação de Santa Joana D`Arc; a qual teve sua memória reabilitada ainda no próprio século XV, pelo então Papa Calisto III. Que considerou inválido aquele julgamento... O que nunca está errada é o doutrina dogmática da Igreja.

Adendo 4: << Se a Terra gira em torno do Sol, é necessário que também gire em torno de si, para produzir o dia e a noite. Se ela gira em torno de si, deve haver um movimento relativo terra-ar e, portanto, para quem está parado na superfície da Terra, um vento com a mesma velocidade. Se estou andando a cavalo, pensavam, quanto mais rápido andar o cavalo, mais veloz o vento que sentirei, devido ao movimento relativo cavalo-ar. Se estou parado, não sobre o cavalo, mas sim na superfície da Terra, e ela está ` correndo` em sua rotação, deverei sentir um vento correspondente. E qual a velocidade deste vento? Os gregos já tinham feito o cálculo. Mais precisamente, Eratóstenes, medindo a diferença de latitude entre Siena (atualmente, Assuan) e Alexandria, e medindo a distância entre estas duas cidades, determinou a circunferência da Terra, no Equador. Foi concluído que, se a Terra girasse sobre si mesma, a velocidade no Equador seria de cerca de 400 m/s (1.440 km/h). E esta seria a velocidade do vento causado pela rotação da terra, velocidade essa suficiente para destruir florestas, veículos, construções, etc. (Na realidade, a velocidade é ainda maior: 1.670 km/h.) Este vento não existe. Logo: a Terra não pode ter o movimento de rotação requerido pelo sistema heliocêntrico para formar dias e noites> [http://www.cleofas.com.br/virtual/textos.php?doc=doutrina&id=987].

Adendo 5: Embora muito se apregoe que as autoridades eclesiásticas não deveriam se meter em questões de caráter científico... eu não concordo muito com ela.

BIBLIOGRAFIA

ALMANAQUE ABRIL 1999, Editora Abril, SP.

http://gustavocorcao.permanencia.org.br/Artigos/cientificismo.htm.

http://www.acidigital.com/controversia/galileu.htm

http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-bruno.html.

http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=doutrina&id=987.

http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=igreja&id=634.

http://www.corazones.org/apologética/galileo.htm.

ENCICLOPEDIA CATÓLICA, ACI-PRENSA, Nova York, 2000; verbete: Galileu, cf. www.enclopediacatolica/g/galileu-imagem:htm.

http://www.enciclopediacatolica.com/g/galileo-imagen.htm

http://sites.uol.com.br/agnus.dei.2002/pr4.htm.

http://www.imagick.org.br/pagmag/turma2/galilei.html

http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4797

http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=ciencia&artigo=20040826184655&lang=bra.

http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=ciencia&artigo=galileu&lang=bra.

http://www.veritatis.com.br/texto.asp?pubid=2587.

Revista GALILEU, Editora Globo, Setembro de 1978.

Revista SUPERINTERESSANTE, Editora Abril SA, março 2001, Ano 15, no. 3.

Revista PLANETA, Aventura Espacial, No 109-A, Editora Três, SP.