O VERDADEIRO DA VERDADE

O VERDADEIRO DA VERDADE

Acredito que existe em todo o sujeito do conhecimento, o desejo de encontrar e dizer da verdade e do verdadeiro que nela reside. A filosofia diz: Queremos verdade! É incrivelmente agradável quando a verdade se faz presente ao entendimento. Poderia me atrever a perguntar: Qual o indivíduo que despreza a verdade obtida estando em plena consciência e sanidade mental? Qual o indivíduo que consegue por muito tempo, mascarar uma mentira por verdade e a definir como idéia verdadeira ao outro, dando-lhe poder eterno em sua falsidade, para construção de algum tipo de conhecimento, e com isso, não provoque dentre estes indivíduos, incertezas e duvidas, levando-o a querer conhecer o que de fato é verdadeiro da tal verdade? Verdade por verdade, uma basta à outra; sendo apenas verdades que perduram como uma idéia a mais, construções sem solides, variáveis das opiniões, substituíveis no tempo. Mas, verdade verdadeira, sempre será única em sua máxima como verdade. Quando digo de uma verdade verdadeira, verdade absoluta, faço crer na impossibilidade de erro ou falsidade a tal verdade. É como possuir a eterna certeza da coisa, objeto percebido e discutido, de maneira que não há em tempo algum, variação ao que se diz do que se percebe e define da tal coisa. Na verdade absoluta não existe espaço para uma outra contrapô-la; não se encontra nela oposição a outra verdade, pois ela é o que é e não uma outra que a outra não seja semelhante. A verdade verdadeira é aquela que em suas partes identifica-se o completo em seu significado à significância na existência. A verdade em seu verdadeiro na existência não se desfaz com o despercebido que se percebe, mas se completa por cada parte percebida em tempo e fora de tempo. O completo apresentado como idéia, quando tratamos de verdade absoluta, depende daquele que observa e não de si mesmo que é o que é, pois a coisa que se observa é o que é em si, mesmo que mude ao tempo, e do que se diz da variação que sofre, a coisa é a partir dela própria, mas como idéia será pela impressão que tem o observador. Verdade é o que é, ainda que seja descoberta gradativamente ao que dela se possa perceber, e relativamente ao que dela se possa dizer a cada tempo que se possa perceber. O que se diz ou que se deixa de dizer não altera o que ela é como verdade, mas se acrescenta como conhecimento do que se descobre ou se deixa de descobrir dela em sua verdade. O conhecimento da verdade sobre a coisa observada e discutida é finito enquanto não se busca o todo em suas partes verdadeiras. As partes verdadeiras se completam e, numa fusão, impede a incredulidade a seu respeito, mas também gera de forma acentuada, a dúvida a seu respeito, pois se percebe em suas partes, o quanto falta para conhecê-la em seu completo absoluto. Duvidar não significa não acreditar. A dúvida provoca o sujeito do conhecimento a querer saber da verdade em todas as suas partes, em tudo o que é verdadeiro do que se mostra dela, do que se percebe dela. Mas, duvidar do que se obteve de verdade da coisa observada e discutida, não deve desqualificá-la como verdade em suas partes descobertas. Quero concluir chamando a atenção do leitor ao pensamento que diz: Verdade é enquanto verdade. Quando dissermos que verdade é enquanto verdade, não impeçamos a mente em aceitar o que se diz da coisa observada e discutida, mas a tornemos um objeto de constante busca das partes verdadeiras contidas e, às vezes, encobertas. Então, a afirmação de que, verdade é enquanto verdade deve abrir uma janela para a busca de mais verdades, e não, que se construa uma parede de impedimento ao entendimento e aceitação, ao que já foi descoberto de verdadeiro da verdade. Negar a possibilidade da verdade verdadeira como forma finita de tudo que se mostra da coisa que é o que é, percebida ou não, mas sabida como existente, torna a incredulidade o absoluto em seu conceito de que não é possível que seja o que se diz da coisa observada e discutida. Não provar que não é não define como sendo o que não se percebe em seu todo, mas, tão somente, imobiliza a formação de uma idéia das suas partes descobertas. Por isso, o verdadeiro da verdade encontrado, deve ser o alvo maior da intenção de todo o sujeito do conhecimento que observa e discute a coisa que se mostra.