Vagas abertas no mercado de trabalho. Como preenchê-las?
Vagas abertas no mercado de trabalho. Como preenchê-las?
A evolução é implacável e não deixa margens para a acomodação. Quem se acomoda fica cada vez mais à margem da vida, deslocado dos rumos de progresso a que o mundo está destinado.
Dia desses me chamou a atenção a reportagem veiculada pela mídia em que foram abertas mais de 200 mil vagas para estágio. Contudo, as vagas não foram ocupadas porque as pessoas estão despreparadas, princi-palmente no tocante à gramática. Tenho certeza que em nenhuma dessas seleções solicitam profundos conhecimentos da língua portuguesa, mas apenas o básico para uma comunicação eficaz e inteligível. O interessante foi que uma das pretendentes à vaga, que cursa o último ano de jornalismo, por sinal, afirmou que julgava ser o seu inglês o diferencial para uma vaga no mercado de trabalho, mas ela, não obstante a fluência no inglês, esbarrou justamente no português. Não sabia, pois, expressar-se adequadamente e ficou a ver navios, sem emprego, sem estágio, sem nada...
O que emperra no quesito capacitação é que as pessoas pensam em capacitar-se para o mercado de trabalho quando poderiam direcionar o pensamento para outros horizontes: ao invés de capacitar-se para o mercado deveríamos nos capacitar para a vida. Capacitando-se para a vida teremos mais condições de entrar para ficar no mercado de trabalho. Muitos podem se perguntar: Mas o que é capacitar-se para a vida?
Simples: é desenvolver-se com o intuito muito além de possuir um diploma. É buscar o conhecimento não se limitando apenas a esperar o conhecimento cair do céu, ou dos professores. Diploma todos podem possuir: posso freqüentar determinada faculdade ou curso e ao final “conquistar” um papel que me habilita ao mercado. Mas isso não quer dizer necessariamente que de fato estou preparado para iniciar minhas tarefas. Obviamente que a competência virá com o tempo e a junção entre teoria e prática. Ninguém nasce sabendo e o tempo será determinante para o desenvolvimento do profissional. Mas não é este o ponto; refiro-me ao desprezo que se tem pelo verdadeiro conhecimento, pela busca incessante de ser melhor e de exercer a atividade, seja ela qual for, com qualidade e competência.
Só a busca pelo verdadeiro conhecimento proporcionará a qualidade e a competência. Não há como ter qualidade no trabalho sem o esforço e empenho individual.
As informações estão lançadas por todos os poros do mundo e a responsabilidade por agarrá-las é muito mais individual do que coletiva. A propósito, penso que atualmente pega até mal reclamar que as instituições oferecem cursos medíocres. Sei que essa posição pode suscitar polêmicas e que muitos criticarão dizendo que há, sim, instituições frágeis sob a ótica do conhecimento.
No entanto, tenho uma visão um pouco diferente daqueles que costumam criticar as instituições e acolhem os alunos como apenas vítimas de um ensino precário. Penso que hoje, com raras exceções não há vítimas. Para quem quer aprender e habilitar-se de fato a atuar com competência no mercado de trabalho é imperioso o empenho por quebrar os cadeados da ociosidade e da reclamação constante. É imprescindível ir ao encontro do conhecimento. E o conhecimento impele à ação. Portanto, para que as vagas disponibilizadas pelo mercado do trabalho sejam preenchidas, é imperioso o indivíduo capacitar-se verdadeiramente, esquecendo-se um pouco do diploma e lembrando de que o conhecimento é que fará a diferença na hora de uma seleção para vaga de emprego.