Sempre o dia seguinte.
Todas as noites quando me deito,
Meus pensamentos me fazem voar
Num imenso céu sem limites
Onde no mais profundo egoísmo de tão meu,
Não sinto o cansaço
E nem a vontade de pousar.
Não possuo rotas ou destinos
E oriento-me apenas pelas lembranças.
Sobrevôo em silèncio
Sobre as minhas perguntas,
Minhas dúvidas, meus erros...minha vida.
O mar que fiz com as minhas lágrimas,
O lugar secreto das dores
Onde guardei no meu coração.
A grande parede onde escrevi
Meus sonhos, meus desejos... minhas desilusões.
O vale silêncioso do meu futuro.
É um eterno medo
De retomar muitas cisas que não sei.
Mas enfim,
Não chego ao fim do vôo quase nunca
Pois o sono recai sobre mim
Como um pesado sereno
Molhando as minhas asas imaginárias
Minando as minhas forças.
Minhas respostas.
Daí então
Meus olhos se embaçam em lágrimas.
E dos sonhos
Agora é tudo o que me lembro,
Pois os raios do sol
Me despertam pela manhã
E para o pouso da realidade
Do meu dia seguinte.