Negão; imponência de manter respeito! ( II )
No texto (I) de “Negão; imponência de manter respeito” descrevi aqui no R.L.,a amizade conquistada em agosto de 2010, de um cão grande, de pelagem preta, curta, e peitoril branco, que encontrei em Barão de Cocais – MG, onde estive a serviço..
De lá pra cá, Negão ficou e eu segui meu rumo, com a vida reservando-me outras trilhas que, por dever de ofício, não tive a oportunidade de rever tão cedo o novo amigo.
Pois bem! Pra minha agradável surpresa, só agora depois de quase dez meses, é que retornei àquela simpática cidade e ainda que o trabalho me absorvesse quase por inteiro, havia aqui no peito um lugarzinho reservado para Negão. O que mais me intrigava e que tirou-me o sono, foi a expectativa de ser ser reconhecido por Negão, na manhã do dia seguinte.
Enfim, rompeu-se a noite e acordo com o despertar do celular.
Tomo banho, visto a farda de trabalho, botina e capacete, tomo café e saio sob o frio, com a merenda de Negão, guardada no bolso da blusa.
Há uns trinta metros de distância dele, o coração acelerou.
Então? Negão lembra de mim, ou não?
O que faço? Não posso chegar na tela da marmoraria assim, tão de repente!
Já sei. Vou atravessar a rua pra tentar avistá-lo.
Pronto. Tá lá. Olha lá ele deitado junto à tela.
Vou soltar o assovio que havíamos exercitado.
Prendi a língua entre os dentes e mandei ver. Assoviei duas vezes, mantendo o timbre e frase característica.
Impressionante, cara. Impressionante.
Sabe o que aconteceu? Não acreditei.
O cachorro bateu o grosso rabo no chão, a poeira subiu, virou a cabeça para onde lhe vinha o som e disparou a latir bem forte.
Cara; meus olhos encheram d’água. Feliz da vida fui aproximando e Negão me saudando. Enfiei o braço pelos buracos da tela, fui logo acariciando seu peito, ele olhando meu bolso atrás do pão de queijo e foi aquela festa. Prá nós dois, é claro.
Depois do lanche, dirigi-me até o final da marmoraria, pedi sua orelha pra limpar com o guardanapo - como era o costume – e ele abaixou a cabeça oferecendo um lado, depois o outro.
Bati no pescoção de Negão me despedindo e fui pegar o ônibus da Vale, sem saber ao certo quando seria o "até breve". Tentei concentrar no serviço, onde sentia um enorme vazio, ao mesmo tempo em que o coração se mostrava cheio, recompensado pela fiel amizade.
Chegando em casa, em Belô, abri um estojo onde estava guardado há mais de duas décadas, um pequeno decalque de um belo cão deitado, de orelhas em pé, forjado em metal, que continha dois furinhos nos extremos, que eram utilizados para serem rebitados nos antigos móveis de aço de escritórios, caracterizando a famosa marca “Fiel” da época.
Olhei pra imagem nunca dantes utilizada e pensei;
Realmente! Muito fiel.
Feliz daquele que desfruta da confiança de um fiel como este.
No texto (I) de “Negão; imponência de manter respeito” descrevi aqui no R.L.,a amizade conquistada em agosto de 2010, de um cão grande, de pelagem preta, curta, e peitoril branco, que encontrei em Barão de Cocais – MG, onde estive a serviço..
De lá pra cá, Negão ficou e eu segui meu rumo, com a vida reservando-me outras trilhas que, por dever de ofício, não tive a oportunidade de rever tão cedo o novo amigo.
Pois bem! Pra minha agradável surpresa, só agora depois de quase dez meses, é que retornei àquela simpática cidade e ainda que o trabalho me absorvesse quase por inteiro, havia aqui no peito um lugarzinho reservado para Negão. O que mais me intrigava e que tirou-me o sono, foi a expectativa de ser ser reconhecido por Negão, na manhã do dia seguinte.
Enfim, rompeu-se a noite e acordo com o despertar do celular.
Tomo banho, visto a farda de trabalho, botina e capacete, tomo café e saio sob o frio, com a merenda de Negão, guardada no bolso da blusa.
Há uns trinta metros de distância dele, o coração acelerou.
Então? Negão lembra de mim, ou não?
O que faço? Não posso chegar na tela da marmoraria assim, tão de repente!
Já sei. Vou atravessar a rua pra tentar avistá-lo.
Pronto. Tá lá. Olha lá ele deitado junto à tela.
Vou soltar o assovio que havíamos exercitado.
Prendi a língua entre os dentes e mandei ver. Assoviei duas vezes, mantendo o timbre e frase característica.
Impressionante, cara. Impressionante.
Sabe o que aconteceu? Não acreditei.
O cachorro bateu o grosso rabo no chão, a poeira subiu, virou a cabeça para onde lhe vinha o som e disparou a latir bem forte.
Cara; meus olhos encheram d’água. Feliz da vida fui aproximando e Negão me saudando. Enfiei o braço pelos buracos da tela, fui logo acariciando seu peito, ele olhando meu bolso atrás do pão de queijo e foi aquela festa. Prá nós dois, é claro.
Depois do lanche, dirigi-me até o final da marmoraria, pedi sua orelha pra limpar com o guardanapo - como era o costume – e ele abaixou a cabeça oferecendo um lado, depois o outro.
Bati no pescoção de Negão me despedindo e fui pegar o ônibus da Vale, sem saber ao certo quando seria o "até breve". Tentei concentrar no serviço, onde sentia um enorme vazio, ao mesmo tempo em que o coração se mostrava cheio, recompensado pela fiel amizade.
Chegando em casa, em Belô, abri um estojo onde estava guardado há mais de duas décadas, um pequeno decalque de um belo cão deitado, de orelhas em pé, forjado em metal, que continha dois furinhos nos extremos, que eram utilizados para serem rebitados nos antigos móveis de aço de escritórios, caracterizando a famosa marca “Fiel” da época.
Olhei pra imagem nunca dantes utilizada e pensei;
Realmente! Muito fiel.
Feliz daquele que desfruta da confiança de um fiel como este.