PERSISTÊNCIA
Uma dupla alemã está praticando feitos incríveis. Axel Brümmer e Peter Glöckner rodaram o mundo em cima de duas bicicletas que sequer eram novas. Atravessaram 152 países em cinco anos. Quando chegaram a Porto Velho tiveram de carregar suas bicicletas em cima de um barco e vir para Manaus. Daqui para Belém a história se repetiu. Como a idéia era ter contato com os moradores, de cima de um barco isso não era possível. Por isso conquistaram mais um parceiro e resolveram remar pelo Amazonas. Saíram do lago Titicaca no Peru e remaram até Belém, num período de um ano e meio.
Agora têm outro projeto: Remar do Orenoco pelo Rio Negro até Manaus refazendo o trajeto feito por outro alemão, Alexander Von Humbolt há um pouco mais de 200 anos. Humbolt, aliás, nunca esteve em Manaus, porque seu companheiro de viagem, um francês, era tido como espião. Existem outros feitos “menores” praticados pelos dois como refazer o trajeto de Marco Polo num veleiro pela China e o de Pedro Álvares Cabral que aportou no Brasil no ano de 1500.
Por que tanta insistência em aventuras quer acabam contribuindo para ciência? Segundo Axel Brümmer é o festejo da liberdade, do aprendizado através do contato pessoal com os moradores ribeirinhos. Coisas de alemão. Já se disse que o alemão faz da teimosia persistente uma ciência. Ainda bem. Nunca podemos esquecer que Humbolt foi o primeiro europeu que divulgou a Amazônia nas universidades européias. Os dois aventureiros também a divulgam através de livros, filmes e palestras. Jamais o mundo conhecerá todo o mundo, mas perseguir trazer as pessoas mais para perto umas das outras é um grande projeto.
Luiz Lauschner – Escritor e empresário.