Portadores de necessidades especiais no centro espírita
A Doutrina Espírita deve estar acessível a todos, sem distinção. E quando falamos que o seu acesso deve ser permitido e facilitado a todos estamos nos referindo também aos portadores de necessidades especiais que, diga-se de passagem, não são poucos em nosso país.
Estima-se que temos em território nacional mais de 20 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais. No entanto, alguns estudiosos no assunto, como, por exemplo, o especialista em esportes adaptados para deficientes físicos Steven Dubner, afirma que são mais de 30 milhões de pessoas no Brasil portadoras de necessidades especiais.
Diante deste número expressivo e em face da importância do que podemos aqui chamar de inclusão espírita, se faz imperioso um olhar atencioso por parte do dirigente espírita para com este público, incluindo-o nas atividades desenvolvidas pela Casa Espírita.
Facilitar, portanto, o acesso dos portadores de necessidades especiais ao centro espírita, à informação espírita e, naturalmente, à Doutrina Espírita é tarefa das mais urgentes e que não pode ser desprezada.
Por isso, sugiro que nós espíritas pensemos com carinho na estrutura de nossos centros espíritas, fazendo algumas reflexões:
Será que estamos preparados para receber os portadores de necessidades especiais? Nosso centro possui rampas de acesso, banheiros adaptados e etc?
Outro ponto que é importante destacar refere-se aos deficientes visuais e auditivos. Devemos pensar neles também. Uma sugestão para o caso dos deficientes auditivos é qualificarmos nossos trabalhadores para oferecer palestras em LIBRAS, a linguagem brasileira de sinais. Por que não?
No caso dos deficientes visuais devemos trabalhar de forma mais ativa a confecção de livros em Braille, por exemplo.
São apenas sugestões, podemos, no entanto, debater mais para que cheguemos a um denominador comum.
Se nossa Constituição é clara em afirmar que todo cidadão tem direito à saúde, educação, habitação, lazer, trabalho e etc., não é menos verdade que este mesmo cidadão deve ter seu acesso facilitado à informação espírita. Porém, cabe a nós espíritas proporcionar ao cidadão este direito.
Questão, portanto, de trabalharmos a cidadania dentro do centro espírita, conversando com nossos companheiros, buscando alternativas e mostrando os imperativos da inclusão, ou poderíamos chamar de não exclusão. Afinal, uma doutrina democrática como a espírita não pode nem deve oferecer qualquer empecilho ao seu conhecimento.
Obviamente que é um assunto longo e não se tem aqui a pretensão de esgotá-lo, porém, a idéia é trazer a baila o tema para que possamos estudá-lo e assim proporcionar ao público em geral aquilo que convencionamos chamar aqui de inclusão espírita.
Pensemos nisto.