PRIORIDADE: a educação
Magnífico Artigo publicado hoje na página A2 da Folha de S. Paulo do empresário Antônio Ermírio de Moraes:
Para quem não leu, recomendo.
Prioridade: a educação
De todos os problemas da educação, o mais grave é o da má qualidade. Das crianças que iniciam a escola, apenas 57% chegam à 8ª série.
Cerca de 73 milhões de brasileiros que votaram no último pleito não completaram essa série. Mais de 50% dos adultos são analfabetos funcionais (“Brasil, o Estado de uma nação”, Ipea, 2006). É um quadro dramático. Cerca de 37% dos jovens com idade entre 15 e 25 anos não completaram o ensino fundamental.
O Brasil está travado: falta emprego e sobram vagas. Muitas empresas enfrentam dificuldades para contratar eletricistas, soldadores, mecânicos e técnicos de outras áreas. A menos que tomem suas próprias providências, as poucas empresas ora em construção vão esbarrar com o problema da falta de mão-de-obra qualificada assim que ficarem prontas.
E isso acontece em um País que cresce míseros 3%. Imaginem o desastre quando o Brasil crescer 5% ou 6%.
Uma reforma do sistema educacional terá de contemplar quantidade e qualidade. Mas, neste artigo, desejo fazer sugestões para melhorar a qualidade.
A massificação do ensino veio para ficar – e não poderia ser diferente. Por isso, temos de melhorar a qualidade dentro desse quadro.
Para tanto, penso que a medida mais prioritária é melhorar a gestão de escolas. Não basta aumentar os recursos; é preciso usa-los bem. Computadores, bibliotecas, bons salários para professores, tudo isso é importante, mas a administração eficiente é crucial. As escolas e os profissionais com bons resultados precisam ser enaltecidos e premiados; os maus, criticados e corrigidos.
Os professores necessitam de atualização contínua. Mas isso não basta. É importante que os novos conhecimentos passem para a mente dos alunos. Está ai um bom critério de premiação. Alunos que evoluem devem gerar gratificações aos professores e administradores.
Sei que muitos alunos trazem deficiências da família. Esses precisam dos melhores professores.
Por cima de tudo, há que envolver os pais para que passem a demandar uma educação de melhor qualidade. Essa é a força mais poderosa para pressionar a escola e os seus gestores.
E, finalmente, temos de restaurar o clima de disciplina e de respeito que deve imperar na atividade de ensino.