Fundec ensina a valorização da arte para alunos de música, teatro e dança

CULTURA NO AR

Um lugar para respirar cultura. Assim pode ser descrita a Fundação de Desenvolvimento Cultural (Fundec) de Sorocaba, que ensina a valorizar e a divulgar todas as formas de arte, principalmente a música erudita. O espaço que parece inspirado na AMA - um centro cultural fictício, da novela “Páginas da Vida” - é realidade há mais de catorze anos no município, sendo freqüentado diariamente por artistas, alunos, intelectuais, estudantes das redes pública e estadual, e demais visitantes de Sorocaba e de outras cidades.

Os acordes por si só chamam a atenção e despertam a curiosidade de quem passa pela rua Brigadeiro Tobias, no centro da cidade, onde o prédio histórico sedia a Fundec, comenta a coordenadora de eventos, Tereza Cristina Guerreiro Peinado, a Teca. O imóvel, que abrigou o Teatro São Rafael, a Prefeitura e até a Câmara, foi totalmente restaurado e, desde julho de 2001, abriga a entidade. Atualmente, a Fundec tem 731 alunos no núcleo de música, 100 que cursam artes cênicas, 300 no núcleo de dança e 30 no núcleo de artes.

Em cada uma das salas um som, uma música, um sentimento. A acústica de cada ambiente é ótima e não atrapalha, garante Nathália Terciani, de 13 anos, que é aluna da Fundec há mais de cinco anos. Ela conta que pelo menos três vezes por semana vai ao espaço para estudar, acompanhar a programação e reencontrar os amigos. O Núcleo de Informações, que completou dois anos de existência em outubro, é um dos pontos de encontro. “Dá para ler os jornais, revistas e outros materiais”, destaca o estudante Nilo César Rodrigues.

Nilo está matriculado no 1º ano do ensino médio, da Escola Estadual “Antônio Padilha”, e mora no Jardim Santa Bárbara. Aquela foi a segunda visita do estudante à Fundec. “Vim pra assistir ao ensaio da Orquestra Sinfônica com quase cinqüenta colegas”, conta.

Enquanto aguarda o início do ensaio dá para ler, pesquisar e apreciar a exposição “Estação das Flores - Um Tributo à Primavera”, da artista Conceição Matos. O salão de exposições permite que um número maior de interessados tenha acesso às obras de arte.

“Meu sonho é aprender a tocar violino”, confessa o estudante. A música desperta a alma e o “burburinho” gerado pela expectativa dos ensaios e apresentações são contagiantes. “Quero voltar aqui outras vezes, pois o ambiente daqui é agradável”, ressalta Nilo.

O fato de todos os cursos serem gratuitos chamam a atenção e tem possibilitado a musicalização de centenas de crianças, jovens e adultos de todas as classes sociais. O edital do processo seletivo é divulgado normalmente no mês de janeiro, adiantou Teca.

Qualidade e concorrência

“Quem vêm até aqui é porque está realmente interessado”, destaca o diretor artístico da Big Band, Leonardo Batista, o professor Léo. A Big Band foi criada no final do ano passado, com objetivo de trilhar os caminhos da Música Popular Brasileira (MPB). As aulas de violão e teoria são algumas das mais procuradas, observa Léo. Mas o processo seletivo é justo, afirma Rosângela Aparecida Nunes, que há dois anos faz aulas de canto. Ela comenta que, na época, as inscrições ultrapassaram a marca dos quatrocentos.

Eram apenas dezesseis vagas. “Mas a avaliação foi feita com maestro e professores capacitados, o que tornou o processo justo”, opina Rosângela. As quase sete horas que passa na Fundec são agradáveis e a vontade de fazer novos cursos é inevitável. “Depois quero fazer piano”, diz. Os assuntos abordados, normalmente dizem respeito à cultura e o ambiente é de um nível elevado. Mas é contato com os artistas e suas obras, com as mostras e lançamentos diversos que trazem algo de novo.

Ocorrem pelo menos duas exposições por mês. “Fotos, telas e esculturas”. E ainda existe espaço para os lançamento de CDs e livros, acrescentou Teca. As exibições cinematográficas no Cineclube, criado em março de 2002, também são concorridas.

Atualmente, o espaço passa por obras para melhorias e oferecerá mais conforto aos apreciadores dos bons filmes e participantes de palestras e debates que deverão ser ministrados no local. O novo espaço receberá 250 poltronas apropriadas, comenta o professor Léo.

O auditório terá, então, em sua programação espetáculos teatrais e outras apresentações. A expectativa é de que seja entregue até meados de 2007, espera o presidente da Fundec, Alexandre Issa Latuf. “A Fundec decisivamente cumpre com o seu papel, que é de fazer com que a cultura renove-se e revele-se”. É um verdadeiro canal (Fundec) de revelações de talentos. Mais da metade dos freqüentadores da Orquestra Sinfônica é composta de pessoas de 15 a 30 anos de idade.

A cobrança de atualização por parte dos profissionais é uma iniciativa que contribui com a qualidade do trabalho. “Somos exigentes com os professores e também com os alunos. Cobramos empenho”, destaca Latuf.

Telma Silvério

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Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 26/11/2006
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