QUESTÃO DE RESPEITO
O desrespeito à diversidade é, sem dúvida, o grande responsável por ações preconceituosas que terminam em guerras, invasões, genocídios, discriminações e violência. E, infelizmente, o ambiente escolar que deveria zelar pela integridade física e moral do aluno coibindo esse tipo de comportamento acaba muitas vezes sendo palco dos mais vergonhosos atos de intolerância social, religiosa e racial.
Exemplo claro desse desrespeito ficou estampado no caso da menina Sheila Cartopassi de Oliveira, cinco anos, expulsa de uma escola em São Paulo em 1992 por ser portadora de HIV e tantos outros que acabam caindo no esquecimento.
Sabemos que essa é uma questão cultural enraizada que envolve professores, família, estudantes, comunidade, autores de livros didáticos, mídia e governos, pois um dos fios condutores da intolerância é justamente o preconceito. E o que mais assusta é ver esse preconceito tão presente em discursos de educadores que são formadores de opinião.
A discriminação é visível nas escolas, especialmente se tratando de questões religiosas, raciais e sexuais e esse tipo de comportamento ilustra como a intolerância na escola perpetua o que ocorre na sociedade. Os alunos submetidos a esse tipo de humilhação, exclusão, preconceito, assédios ou violência física se fecham em seu fracasso escolar, agressividade, recusa de si mesmo e na depressão. E não há como prever o tipo de atitude que tais sentimentos são capazes de provocar na vida de cada um e na nossa de modo geral.
Os livros didáticos são outros favorecedores da cultura da discriminação racial, pois neles os negros aparecem sempre em situação inferior e o problema maior entre os professores é exatamente o silêncio e a omissão.
Aponto aqui a convivência, a informação e a tomada de posição como possíveis soluções para diminuir o preconceito. E é certo que ações precisam ser desencadeadas para manter acessa a chama da denuncia de todas as formas de violência. É preciso acreditar numa educação para a construção de uma sociedade que rejeite as desigualdades e o autoritarismo.
Completamente felizes, só seremos quando aprendermos a respeitar não por pena, mas por entendermos que todos temos limitações e graças a Deus, diga-se de passagem, porque somos todos diferentes.