A justiça tarda e é falha. Pimenta Neves

No Brasil é assim, quando a injustiça chega a pontos extremos, a justiça puxa da toga uma condenação. È um jogo de faz de conta para dizer que nem tudo esta perdido. Que a justiça tarda mas não falha. Ilusões do país do carnaval.

No momento atual vivemos a era Palocci. O homem de sete milhões de Reais. Café pequeno se nos lembramos do escândalo da Mandioca lá nos idos dos anos oitenta, ou se lembramos dos anões do orçamento. Trocando em miúdos, quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. Mas como se não bastassem os enriquecimentos suspeitos a justiça faz a sua parte. Depois de 11 anos condena Pimenta Neves. Assassino confesso de sua ex namorada. Motivo: ela não queria mais ficar com ele.

Mantendo se fiel a sua tradição machista, a justiça foi lenta, aceitou todos os recursos, debateu o tema e só não disse que a culpada era a moça, como o fez com Ângela Diniz lá pelos anos 70, porque o mundo mudou e não o slogan “ matar por amor” saiu de moda. Condenou, mas e daí? Basta o advogado de Pimenta alegar que o pobrezinho esta dodói e ele terá o direito de prisão domiciliar. Trocando em miúdos: nada foi feito.

O supremo apenas fez um teatro, mostrou serviço pra que nós pobres mortais pagadores de impostos não morramos de desgosto.

No meio de tanta sujeira , onde o ministro da casa civil diz que não tem que dar satisfação pra ninguém, que os deputados evangélicos ameaçam a presidenta caso ela permita a distribuição do material contra a descriminação, onde os professores são condenados a salvar a pátria mas não lhes dão as condições mínimas, a justiça tem que fazer muito mais do que simplesmente condenar um assassino para que ele entre por uma porta e saia por outra como se vivêssemos num dos contos de Tia Anastácia.

Se é pra condenar que ele viva o resto de seus dias na prisão...