Manifesto em favor de todos os brilhantes autores anônimos vitimas do ostracismo literário e da maquina financeira das grandes editoras.
Qual é o seu nome?
Pergunta o dono de uma das maiores editoras a um desconhecido autor.
Ele humildemente responde Meu nome é…
Não importa, interrompe o editor olhando para as horas em seu relógio caríssimo comprado na relojoaria Thifanyy.
Vamos analisar a sua obra e se ela se enquadrar em nossa linha editorial te daremos uma resposta; boa tarde e passar bem.
O editor se levanta e vai embora deixando nosso autor anônimo sozinho em sua luxuosa sala que fica em uma cobertura de um dos mais luxuosos prédios da cidade.
Quase um ano depois o autor que esperava por uma resposta ansiosamente tem enfim uma posição da editora.
“ Apreciamos muito seu material enviado, seu texto é maravilhoso mas infelizmente não se enquadra em nossa linha editorial”.
A tristeza toma conta da face e do coração de nosso autor, uma sensação de fracasso invade seu ser e ele se vê sem uma nova esperança de reconstruir seus sonhos.
Tempos mais tarde na mesma sala que fica na cobertura na sala da editora o editor recebe agora um autor de renome, uma celebridade, uma espécie de guru da literatura um exímio vendedor de livros.
Ele logo avisa para a secretária ir preparando a champanha pois o convidado é vip.
Coloca na entrada da sala um tapete vermelho para que o grande escritor entre e se sinta a vontade.
Enquanto isso em uma outra parte da cidade nosso autor anônimo continua sua saga em busca de uma editora que se interesse em ajudá-lo a publicar a sua obra e infelizmente a resposta continua sendo a mesma: “Apreciamos muito seu material enviado, seu texto é maravilhoso mas infelizmente não se enquadra em nossa linha editorial”.
Quem não tem nome neste mundo vive como se não tivesse nada, ainda mais quando se trata do mercado editorial e musical de nosso país.
Infelizmente milhares de artistas de valor, de peso e talentosos apodrecem nas ruas dos anônimos há espera de apenas uma oportunidade que seja para poderem mostrar seus talentos.
Mas o que mais acontece é o que vimos acima, um verdadeiro ostracismo literário em cima daqueles que são anônimos como se a arte escolhesse ou tivesse os seus predestinados.
A arte, o dom, o talento não escolhe em quem vai habitar e sou ousado em dizer que poucos são os de berços de ouro e de origens nobres que são por ela contemplados pois diferente de nós seres humanos a arte seja ela de cantar, compor, escrever, atuar, interpretar enfim não é preconceituosa.
Mas o que impera nas mentes dos “homens grandes” é que apenas aqueles que possuem nome são dignos de serem ouvidos ou lidos e que os pequenos não merecem nenhuma oportunidade.
Chega desta mentalidade atrasada, vamos por um fim neste ostracismo cultural e editorial, sou a favor de uma editora que dê voz aos que não tem voz e que valorizem os escritos dos anônimos.
Tenho um nome para esta mais nova editora ou quem sabe deste movimento: A VOZ DOS ANÔNIMOS.
O grande escritor John Steinbeck no começo de sua carreira ouviu de um professor uma vez que ele só se tornaria autor quando os porcos voassem.
Desde então, passou a publicar a frase ad astra per alia porci nos seus livros, que significa: às estrelas, nas asas de um porco.
Para muitos os escritos dos anônimos só vão ser reconhecidos quando os porcos criarem asas mas como disse ou escreveu ou próprio John: “ás estrelas, nas asas de um porco”.
Creio que um dia os meus porcos vão criar asas e vão me levar ás estrelas.
Desculpe minha certa dose de indignação mas só quem sofre este tipo de ostracismo literário sabe o quanto é doloroso.
Autor: Vando Rodrigues Costa.
Mais um anônimo que vive o ostracismo literário.
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