A REALIDADE E O OBJETO EM SEU ESPAÇO ALCANÇADO
A REALIDADE E O OBJETO EM SEU ESPAÇO ALCANÇADO
Por Ricardo Davis Duarte
Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil
Professor de Filosofia nos ISES – Salgueiro – PE
O que de fato percebemos? Há toda uma discussão, sobre a questão do que de fato percebemos c dizemos como sendo do objeto. Pois o que percebemos das qualidades do objeto e imediatamente sentimos sobre elas são para nós integrantes da coisa em si, sejam de suas qualidades externas ou internas, mas resultado também, do que sentimos do que se mostra deste objeto. O que é o objeto que se mostra, e o que sentimos do objeto que se mostra, pode ser um algo diferente. Kant levanta uma questão em seus escritos, no fato de não podermos perceber o espaço de forma empírica. Quando situamos alguma coisa “fora” de nós idealizamos uma representação de espaço, sendo com isso, não um algo que pertence a coisa, porém um algo que vai além dela, quando o que, indicada como existente por nossa intuição. Mas, quando nós intervemos, admitindo um espaço interior e um tempo exterior, fazemo-nos aptos a perceber e a dizer que, o que está fora no espaço, também está dentro na nossa consciência, ou seja, o objeto; e o que está dentro, na consciência de que temos do objeto, também é o que está fora, na qualidade do que possuí o objeto em sua representação por imagem. Então: Percebemos o objeto que ocupa o espaço na realidade? Percebemos a realidade ocupada pelo objeto em um determinado espaço? Se percebemos a realidade ocupada pelo objeto, o que impressiona de fato? Impressiona a realidade em seu universo infinito de movimentação imperceptível, ou o movimento do objeto na realidade imóvel a nossa percepção? Notem que, o movimento do Objeto e o olhar do observador deste objeto são duas coisas distintas, ainda que interligadas por uma ação, a do objeto que se move, e por uma busca, a do observador que lhe deseja compreender. O mover e a mudança do objeto estão fora do observador em seu próprio espaço ocupado; ele olha as variações em busca de conhecer sobre o objeto no tempo presente no evento em que se mostra; assim, o observador em sua observação traz como imagem percebida para dentro de si, à sua consciência, do que percebe do objeto. Percebemos tão somente o objeto que reflete sua imagem, ainda que distorcida do que de fato significa; mas, apreciado em sua imagem, no que é para o que se pode perceber. Diz-se que é por causa da consciência de espacialidade que dizemos do objeto que percebemos. Sendo então, percebemos um objeto de representação do que se mostra na forma em suas partes, da parte do próprio espaço? Se for, então o nada seria um algo de espaço vazio? Mas, se percebemos o objeto que ocupa a realidade, o que impressiona de fato? Impressiona o objeto intacto de imagem a nossa mente? Impressiona o objeto variável, de continua mudança, impossível de se dizer plenamente sobre o seu tudo, ainda que seja o que é como sendo em si? Questionamos ainda: Quando percebemos o objeto, o percebemos como um algo ocupando o espaço da realidade ou, se fazendo presente em seu espaço na realidade? Perguntamos também: Cada objeto que ocupa um espaço único deixa de ser quando em suas partes não se mostrar mais na forma das partes da realidade presente? Diz-se que o objeto é independente do que se mostra a percepção. O objeto é o que é. Mas, o que dizer do objeto em seu movimento no espaço tempo, que está à mercê de desgaste e variação, podendo apresentar uma imagem em um determinado espaço tempo e uma outra, quando deslocado a um outro espaço tempo? Aristóteles se refere ao espaço como “lugar”. Acredita-se que Aristóteles ao falar do então “lugar”, dizia sobre ele, como sendo a fronteira ou limite de um determinado pedaço da matéria. Sendo assim, poderíamos dizer que em uma dimensão maior, todo o espaço universal, abriga em sua parte outras partes que formam de si para o outro o então espaço universal? Se for, então o limite que é estabelecido em cada delineação do espaço ocupado por cada objeto é quebrado quanto em seu ajuntamento em todo o espaço universal da realidade fazem parte dele? E ainda, uma parte deste espaço ocupado pelo objeto, pode se deslocar até um outro espaço tempo diferente em tempo? Se for, o objeto ao se deslocar de um espaço tempo para outro, irá se fazer presente em uma outra parte ocupada por outro em seu movimento próprio e já modificado? Ou ainda, este objeto se deslocará por entre outro tempo, mas para o mesmo espaço em sua fronteira a que ele pertence? Eis a questão: Se o espaço que ele ocupa é a fronteira de um outro espaço, está fronteira continua a existir em diferentes partes como forma de energia, e continuará enquanto o espaço universal existir? O que entendemos e podemos dizer? O objeto que é o que é, percebido em seu espaço no espaço, quando na consciência em sua imagem do que se mostrou, está representado em suas qualidades do que se pode alcançar. Mas havendo outras de suas partes em formas a serem percebidas no decorrer do tempo que se diz, quando for, por sua movimentação e mudança, serão acrescidas ao conhecimento do que se for possível perceber.
FONTES
CHAUÍ, Marilena – Convite a Filosofia – São Paulo – Editora Ática – 2004.
JUNIOR, João Ribeiro – Fenomenologia – Pancast Editorial – São Paulo, SP – 1991.
SEARLE, John. A Redescoberta da Mente – São Paulo – Martins Fontes – 2006.
SEARLE, John – O Mistério da Consciência – São Paulo – Editora Paz e Terra – 1998.
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