Eles não são os Heróis

Quando assistíamos aos filmes de faroeste, víamos os cowboys como os mocinhos e os índios como os vilões. Durante a Guerra Fria, nos filmes de espionagem os vilões eram, e ainda são, os russos. Rambo é o grande herói na luta contra os perversos vietnamitas. E assim os Estados Unidos da América implantam a imagem de que são aqueles que estão sempre do lado do bem. Os defensores da liberdade. Será mesmo?

Com a divulgação da morte de Bin Laden, fiquei chocado ao ver milhões de cidadãos norte-americanos invadindo as ruas para comemorar a morte do terrorista. Por mais que tenha sido cruel, não considero digno celebrar a morte. Mas ele matou cerca de 3 mil pessoas, argumentam. Sim, e quantos outros milhares o governo dos EUA deu cabo? Nas recentes ocupações no Afeganistão e no Iraque só morreram militares? Não houve também inúmeras baixas entre os civis? Tal argumentação mais parece aquele velho adágio popular: Ruim por ruim, vote em mim.

Com a popularidade em baixa e uma economia em decadência, a Casa Branca faz o seu joguete e Obama caiu nas graças do povo. Tudo parece um roteiro. Até a história de que Bin Laden, numa suposta atitude covarde, usa uma de suas esposas como escudo. Imponente e com uma feição de “cumpri o meu dever”, o Chefe do Estado Americano diz que justiça foi feita. Acho isso engraçado... Que senso de justiça mais distorcido esse “made in USA”. Logo eles que são os supremos atalaias das instituições democráticas. Na minha humilde opinião, peço perdão se estou equivocado, a justiça seria feita se Osama fosse capturado, julgado em um tribunal para assim receber a sua sentença. Será que sou o único a pensar assim meu Deus?

Desde os ataques ao Word Trade Center, no dia 11 de Setembro de 2001 que a população árabe sofre com o stigma do terrorismo. Os grupos extremistas islâmicos não representam a maioria dos muçulmanos, assim como nem todo norte-americano é a favor desse imperialismo selvagem travestido de agente pacificador mundial. É preciso ter cuidado ao analisarmos os fatos. As ideologias são maquiadas. Dinheiro é o nome do jogo, ou melhor, Petróleo. Infelizmente a mídia está intoxicada pelo “American way of life”, e assim fica difícil pra população discernir toda essa conjuntura EUA versus Oriente. Mas uma coisa é certa: Não há mocinhos nessa disputa, muito menos no lado “ocidental” da força. Não mesmo.

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 03/05/2011
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