Lições japonesas.
No dia 3 de março foi lançada no Brasil a campanha: “Fraternidade e a vida no planeta”. O que os idealizadores não imaginavam era a prova que a Natureza submeteria a humanidade.
Logo no dia 11, um terremoto mais intenso comparado aos tantos que assolam o Japão pôs em cheque toda a experiência e estudo preventivo por ele desenvolvido. Tremores de terra são comuns naquela região, porém, mesmo alertados pelo risco foram vítimas de um maremoto com proporções gigantescas. Dentro de uma hora, o que era improvável virou realidade. No apogeu da tragédia, um dos países mais avançados do mundo presenciou uma visão surreal, apocalíptica, onde num terreno - antes seco - barcos, navios e casas disputavam espaço, a deriva! O sentimento fraterno, rapidamente foi solicitado e o mundo não decepcionou. De todas as partes a ajuda foi franqueada visando aliviar o sofrimento daquele povo discreto, confiante e disposto a se levantar de quedas - como a do ataque atômico, em 1945.
Há milênios que o planeta vem se deteriorando; seja na acomodação das placas tectônica, nas erosões e dos tantos choques com meteoros ocorridos num passado distante. O que retardou o seu envelhecimento foi o desenvolvimento de um ecossistema numa moderna cadeia alimentar. Ela inicia com os minúsculos seres e termina com os maiores animais tanto do mar como da terra. Na luta pela sobrevivência eles semeiam, reciclam, depuram, controlam a si próprios tendo ao topo da seqüência, os homens. Mas o ceticismo e a necessidade de provar que a humanidade é o ponto de referência, o centro do universo; fez com que se acreditasse que tudo gira em torno dela e que cabe a ela o destino da vida na terra. A prova vem da destruição desenfreada do ecossistema, da exploração das jazidas naturais e a poluição destruindo a camada de ozônio e aumentando excessivamente a temperatura e promovendo a alteração do clima. Independente disso, o processo natural de alteração do solo continua e, somado aos desmandos humanos – principalmente das grandes economias-, traça um prognóstico sombrio para um futuro próximo.
Diante ao desastre natural ocorrido, a humanidade tem muitas lições para pô-las em prática. “O homem é parte integrante do sistema ecológico e não o seu tutor. Toda ciência disponível no mundo é incapaz de garantir a estabilidade (O tsunami japonês era algo anunciado e, mesmo assim, falhou a segurança dos praianos). Não se devem invadir os limites dos rios e do mar, eles seguem seus cursos naturais e não têm nenhum compromisso com a vida terrestre. A aglomeração e as melhorias feitas para lhes proporcionar conforto danificam a biodiversidade causando reações inesperadas. A energia nuclear é um risco de proporções incontroláveis. As áreas que são conhecidamente abaladas por terremotos precisam ser exploradas com mais cuidados. Conter a invasão dos alagados e encostas para a instalação de moradia. Estudos deverão ser desenvolvidos para acomodar os moradores, em casos de emergências, da orla marítima, de áreas baixas como a Ilha de Manhattan, os Países Baixos. Terremotos, (o mais devastador 316 mil mortos na região do Haiti, em 2010) tufões e tornados já atingiram países como o Brasil e os homens, mesmo dotados de grandes avanços científicos, estão como sempre estiveram: são estrangeiros a mercê da imprevisibilidade do clima”. Por fim, a mais importante lição japonesa: ”a capacidade de se reabilitar, como uma Fênix, ressurgindo das cinzas e retomando seu lugar destacado no mundo.