Obras de um Artista muito criativo!

Somos todos diferentes, mas, não respeitamos as nossas diferenças;

Nada nesse mundo é igual, nem mesmo gêmeos são iguais,

isso por que somos criações de um Artista ilimitado,

um Artista que através das diferenças nos tornou especiais.

É uma lástima que a nossa visão turva e pequena não enxergue a beleza das diferenças, assim como o tom da nossa pele, equivalente a arranjos floridos de um jardim silvestre; assim como nossa fisionomia, moldada e pincelada à imagem do próprio Artista, sendo assim cada um de nós diferentes em entre si, mas, todos especificamente e especialmente imagem e semelhança do Criador; assim como as culturas, assim como as línguas, assim como as raças, assim como as personalidades, assim como as formas de fazer uma mesma coisa, assim como as vozes, assim como os olhares, enfim, assim como o mundo.

Nós perdemos tanto tempo em tentar revelar as diferenças em nós e no mundo a nossa volta, para assim fazer-mos das diferenças um objeto de discórdia, de humilhação, de distanciamento das pessoas, e esquecemos que o verdadeiro sentido da diferença é a complementação. A diferença é o que torna possível a união, é o que torna possível um casal se tornar um, é o que torna possível amigos se completarem, é através das diferenças que o mundo pode se encaixar, mas, para isso o mundo precisa entender realmente o que é ser diferente.

Se pensarmos em peças de um jogo, logo entenderemos a essência ou o significado de ser diferente, é uma lógica simples “peças iguais não se unem, diferentes sim”, é algo tão fácil de entender que as crianças compreendem isso rapidamente; ao ganharem um lego, de principio dão uma outra forma ao brinquedo, estradas pra carrinhos, mordem, atiram de um lado para o outro, mas logo compreendem algo mágico, as peça se unem. Daí em diante o que vemos são grandes prédios, grandes construções, quanto mais peças estiverem unidas, mais legal é a brincadeira. Mas, infelizmente o mundo real começa a fazer suas influências negativas sobre esses seres puros, não demora muito para esses prédios começarem a virar armas, espadas, etc.

E ao invés de nós os estimularmos à criações benéficas, de ensinarmos o conceito verdadeiro (isso quando sabemos), apenas mostramos o lado ruim, que é ruim brincar com uma arma de lego, mas, ao mostrar só o lado ruim, ele se torna único. Mas também quando mostramos o outro lado, a sociedade se encarrega de frustrar logo as crianças, ensinando a elas um novo conceito “Que na verdade são as peças iguais que se unem”.

E dessa forma sutil, desde cedo, vão educando a nossa mente a compreender a diferença como algo ruim, e assim a transformamos em um meio de distanciamento de pessoas, matando sua essência, e denegrindo a fantástica obra do grande Artista.

Ao olhar por essa ótica, tornamos o preconceito algo não tão abstrato assim, e vemos o quão sutil ele se alastra em nós hoje, mas, mesmo com toda essa distorção, com esse “assassinato” da essência primordial das diferenças, ainda assim o grande Artista continua a manifestar a Sua arte, usando o céu como tela de suas magníficas pinturas, copiadas pelos nossos artistas contemporâneos e patriarcais, mesmo que essas telas estejam sendo manchadas e agredidas pelo homem, mesmo assim o Artista em meio ao caos manifesta toda a Sua criatividade, e dessa forma o caos não consegue, mesmo sendo insistente, destruir ou apenas abafar o poder ilimitado do Criador.

A tela principal desse Artista, a base de onde todo o fundo vai se formando como o céu, o mar, a natureza, somos nós, a sua obra prima, a perfeição da criação, onde a maior manifestação de poder ilimitado, de criatividade ilimitada, foi depositada, refletida em nossas diferenças.

Ele nos fez todos diferentes, ou seja, especiais, para assim completarmos uns aos outros, e não usar aquilo que nos torna especiais para nos distanciar, mas, enquanto não compreendermos a mágica da criação, enquanto não pararmos de tentar abafar a ilimitada criatividade do Artista, se não começarmos a unir as peças, estaremos transformando essa vida numa enorme mancha, num grande e horrível borrão de tinta, no lindo e perfeito quadro de um Artista muito criativo.

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 13/11/2006
Código do texto: T290468
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