A dor é constante
Segundo Schopenhauer em seu livro DORES DO MUNDO considera que viver é sofrer e que toda vontade de viver impele tudo, afinal à autodestruição. Tudo nesta vida é momentâneo, a satisfação, a felicidade, o amor, etc, é de uma qualidade negativa, somente a dor é positiva, pois todos temos esta existência, que se faz essência da vida. Pois todo indivíduo a tem , sempre pela aflição, pelo esforço, pela necessidade. No entanto, a dor não vem por acaso, mas é tido como uma coisa inevitável, pois nos vem de muitas maneiras, que se distingue por seu grau de intensidade no indivíduo, mudando porém o seu destino a sua sorte.
Tudo na vida é doloroso, desde que algo imponha a minha vontade, impedindo os meus desejos, os meus sonhos, à realização dos meus ideais e quando somos privados da necessidade de tudo na vida, daí surge a grande insatisfação – a dor.
Schopenhauer considera a vida má, porque a vida é guerra, isto porque, em toda natureza vemos luta, competição, conflito, etc. Que a vida do homem passa por oscilações entre a dor e o tédio.
Quando algo passa a existir, logo passa a sofrer momentos íngremes, uma série ininterrupta de reveses e de desgraças, que cada um procura ocultar.
Nada na vida é eterno, não se pode fixar em algo por muito tempo, pois tudo se dissolve no passar dos anos. No entanto, Schopenhauer considera que a dor supera a alegria. Que uma dor está sempre originando outra, porque o homem nunca está satisfeito, e parte parar necessidade de uma outra vontade, de um novo desejo, este homem não se dá por satisfeito, no desenrolar de sua vida. E destas circunstâncias não realizadas surge a dor.
E nesse inconformismo, o homem não encontrando um sentido em sua vida, virá a triste insaciedade ou o tédio. E assim, ele nos diz que, quando estivermos com a consciência dominada pela vontade, pelo desejo, esperança e receios nunca seremos felizes. Que a vontade sempre existe no sujeito, que a cada vez esta vontade quer mais do que pode conseguir e daí não se satisfaz plenamente.
Para Schopenhauer, o sujeito é cheio de desejos, que nunca chega a ser finito, pois um desejo realizado produzirá sempre outro.
Para ele, a vida é ciclo de desejos, onde nos encontramos sempre sujeitos às necessidades, em que essa satisfação é passageira, isto é, duas coisas na vida, parece andarem juntas, como o desejo e o sofrimento, onde o desejo muitas vezes é em vão e o sofrimento, é sempre causa e dor. Quanto mais elevado for a consciência humana, mais está sujeita à dor pelo grau do seu conhecimento.
Querer é essencialmente sofrer, e como o viver é querer, toda a existência é essencialmente dor. Quanto mais elevado é o ser, mais sofrerá... A vida do homem não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de ser vencido... A vida é uma caçada incessante onde, ora como caçadores, ora como caça, os entes disputam entre si os restos duma horrível carnificina; uma história natural da dor que se resume assim: querer sem motivo, sofrer sempre, lutar sempre, depois morrer e assim sucessivamente pelos séculos dos séculos, até que o nosso planeta se faça em bocados.