perguntar ou não perguntar, eis a questão
Conversando com um amigo, disse que estava publicando meus antigos textos de teatro aqui no entrelinhas. Ele não gosta do que escrevo. Claro que eu nunca perguntei diretamente, nunca tive coragem para ouvir a resposta. Eu disse que estava contente, pois já umas oitocentas pessoas tinham lido o meu texto, e que nunca consegui encontrar um leitor sequer entre meus amigos, ninguém nunca teve paciência. Ele me perguntou o que estavam achando. Silencio. Respirei fundo e lhe contei que na verdade as pessoas podem ter baixado o texto por mero descuido e desaviso, e simplesmente não ter lido, mas que alguém com certeza deve ter lido, e a pergunta novamente, o que eles estão achando? E o silencio novamente, lhe disse que não havia recebido nenhum comentário. Como ele não é uma pessoa de meias palavras me disse, “acho que essa já é a resposta....”
Pois é... Tendemos a ser sempre um pouco condescendente conosco, e pensei, hora, as pessoas são tímidas, gostaram, mas tiveram vergonha de se manifestar...
Mas uma vozinha lá dentro de mim, acredita na bondade humana de apenas se calar diante de uma exposição meio humilhante. Acho que fui longe nessa frase, troquemos. Ninguém está muito interessado em ficar achincalhando algo que não gosta, e que não foi obrigada a ler.
Por outro lado, acho estatisticamente e numericamente impossível, que não aja mais alguns idiotas como eu, pra gostarem do que escrevo. Deus não costuma colocar a gente sozinho por aqui, ele sempre cria vários indivíduos de uma mesma categoria para poderem se juntar e formar grupinhos. Vejo coisas e aberrações impressionantes, que acho insustentáveis de existir, mas tem lá um grupinho de adoradores em volta, por mais absurda que seja a proposta. Se bem que no caso dos tímidos, isso é mais difícil, a possibilidade de se juntarem é bem restrita.
Mas não era sobre isso que estava a escrever, e sim sobre perguntar ou não. Pensei em deixar junto com o texto um recado, ”por favor, comentem”, mas realmente não tenho coragem. Faz parte das minhas “ilogicalidades”, querer me mostrar, e ser completamente vulnerável a criticas. Sei que é horrível, mas é assim, um dia eu mudo...
Até lá vou ter que me contentar com a dúvida do silencio, mostrar, e sair correndo sem perguntar nada, antes que respondam alguma coisa intragável aos ouvidos...
Escrevi esse texto aqui, por imaginar que outras pessoas passam pelo mesmo problema, do silencio, da dúvida, e do medo. Se quiserem, comentem,
Será que devia ter escrito isso?...
Ui.