A criteriosa visão de Eva
A criteriosa visão de Eva
Autor: Ed Borges
Diante do fruto, Eva, sem a noção do que era o bem e o que era o mal, resolveu optar por provar o tal fruto apetitoso. Neste momento seus olhos se abriram. A até então cega, Eva, ganhou também o discernimento entre o certo e o errado. E aqui jaz a pergunta fatídica que assolou sua mente: Devo dá-la também a Adão? Eva pesou os prós e os contras. Ponderou entre a ignorância eterna, da qual ela havia escapado e o estado de visão plena e consciência de agora. Optou por dar o fruto também a Adão. Adão, ainda sem ter provado do fruto, sem os olhos abertos, sem a consciência do bem e do mal, acredita em sua companheira, que lhe fora prometida como idônea, e aceita desobedecer a ordem expressa de Deus. São muitas as possibilidades do que teria pensado Adão: Pensou ele em morrer junto ao seu amor? Pensou ele que Eva poderia estar mesmo certa? Ou quem sabe supôs que a punição não viria? Talvez, por não ter consciência entre o bem e o mal, não tenha pensado em nada e comido do apetitoso fruto que sua própria costela lhe oferecia. O fato mais estranho é que somente depois do fruto comido, é que eles perceberam que estavam nus, isso logo tornou-se um pecado, pois Deus fez roupas para que escondessem o que antes, por serem ignorantes, lhes era permitido. O pecado estaria então residido na noção de conhecimento do ilícito. Ora, se somente depois de ter comido o fruto é que eles adquiriram a consciência, como isto pode ser considerado pecado?