A VIOLÊNCIA DESENFREADA
A VIOLÊNCIA DESENFREADA
Segundo nos conta a Bíblia, o mundo teve inicio com o parâmetro da violência. A inveja, a falta de amor, o desejo de ser diferente, proporcionou infame acontecimento. As cruzadas, a inquisição, o Império Romano também contribuíram para a geração desenfreada da violência. De lá para cá, a violência só cresceu e de maneira assustadora e crucial. Os grandes líderes da humanidade foram barbaramente assassinados, porque tinham o ideal da não violência. Segundo alguns historiadores o mundo já passou por mais de 15.000 conflitos, e os maiores foram as duas guerras mundiais. Hoje pelo conhecimento que se têm através da mídia, os focos de guerra chegam a atingir o patamar dos sessenta. É doloroso, crucial e apavorante o quadro que se instalou no orbe terrestre. É o desamor, o fanatismo das religiões, a ganância e a execração dos valores morais e sociais.
Nos últimos anos a sociedade brasileira entrou no grupo das sociedades mais violentas do mundo. Hoje, o nosso país tem altíssimos índices de violência urbana (violências praticadas nas ruas, como assaltos, seqüestros, extermínios entre outros); violência doméstica (praticadas no próprio lar); violência familiar e violência contra a mulher, que, em geral, é praticada pelo marido, namorado, ex-companheiro. Essa violência está banalizada, visto que os casos em que mulheres matam seus companheiros vêem crescendo assustadoramente. O problema maior é saber onde está o X da questão. O governo está perdido e não consegue amenizar ou frenar triste situação. Muitos estudiosos afirmam: “a violência que mata e que destrói está muito mais para sintoma social do que doença social”.
Aliás, são várias as doenças sociais que produzem violência como um tipo de sintoma. Portanto, não adianta armar a segurança pública, lhes entregando armas de guerra para repressão policial, se a doença causadora não for identificada e combatida”. A prepotência, o desequilibro social, deficiências mentais, desemprego, fome, miséria, desrespeito, frustrações e fracassos, a concentração de riquezas nas mãos de poucos. A violência tem um vetor principal, ela atinge normalmente as camadas menos abastardas, onde cresce o número de gangues, assassinatos, suicídios e outras mazelas que o governo tem conhecimento e toma medidas apenas paliativas.
O desrespeito é antecessor da violência, liberdade em excesso e a libertinagem estimulada normalmente pela mídia televisiva. Desejos de vingança, poder político, oligarquias são causas aparentes de violência. A população já vive tão sobressaltada, que um simples pisão de pé pode gerar uma briga e quiçá, homicídio. A exploração sexual, o velho calote, a infidelidade conjugal, o estresse, o racismo, a discriminação em geral, a exploração de toda natureza, o desrespeito com a pessoa humana geram violência. A pobreza generalizada, não existe um planejamento familiar, educação de péssima qualidade, segurança falida, saúde morta e sepultada, mas o que causa mais revolta é o que se gasta em campanhas políticas, e lavagem de dinheiro são bilhões de Reais e a malfadada corrupção do planalto que já se tornou banal. Existem punições para os crimes do colarinho branco? Para ladrões de galinhas? Talvez a única solução seja inverter a posição da pirâmide.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ACADÊMICO DA ALOMERCE/MEMBRO DA ACI E OFICIAL SUPERIOR DA PMCE.