Diagnostico sobre as Políticas Antidrogas

Diagnostico sobre as Políticas Antidrogas

Gente, vejo sempre um mesmo discurso, que as Políticas Antidrogas são retrograda e que tais políticas falharam pôr aqueles que são a favor da legalização, sempre escuto esta mesma ladainha. Olha eu sinceramente não vejo por este lado, desculpe aqueles que pensam desta forma.

O problema da drogas é serio? Claro que é. A não legalização tem conseqüências? Tem. A legalização também tem conseqüências? Tem. Quais as conseqüências da não legalização? Violência. A legalização acaba com a violência? Não. Pôr que? Porque a violência das drogas não restringe tão somente ao trafico. Porque a violência também insere na característica do uso de drogas. A legalização acaba com o trafico? Não. Porque? Cria-se o mercado negro, pois ocorre a disputa pelo cliente. Para o comerciante a droga melhor é aquela que faz mais efeito e que cria maior dependência ocorrendo a disputa pelo mercado regulamentado e o mercado negro.

Qual é o quadro que vemos hoje.

As políticas antidrogas no sentido de prevenção estão dando certo? No meu entender sim. Porque? Hoje temos varias ONGs atuando nesta área. Os meios de comunicação estão atuando de forma mais eficaz, produzindo documentários, matérias, reportagens ... Tem sido criado leis para regulamentar a veiculação de propagandas pela mídia para empresas que atuam neste segmento. Tem-se aberto mais a participação da sociedade pôr meio de conferencias, fóruns. A discussão para políticas Antidrogas esta aberta a sociedade. Estes resultados positivos começam a surgir quando já começamos a ver estatísticas pôr entidades serias mostrando uma diminuição do uso das drogas ilícitas como demostrou o relatório da ONU o ano passado.

Quais são os maiores desafios que precisam ser enfrentados?

Quando abordamos a prevenção ainda observamos na inércia da sociedade como um todo; a omissão, a comodidade das pessoas ( famílias ) em não procurar informar mais sobre este assunto. Embora vemos um grande esforço do 3ª setor ( ONGs) e mesmo do 1º setor ( governo) em promover eventos preventivos a sociedade mantém de forma muito passiva. Também vejo que o 2º setor ( empresarial ) ainda não percebeu a sua fundamental participação nesta luta contra as drogas e sua função social dentro deste tema. A participação do empresariado ainda é muito tímida.

Um outro desafio que vejo está na concepção errônea que as pessoas tem da dependência química, preconceituando o usuário abusivo e sua família afastando-os cada vez mais para a marginalidade promovendo uma grande exclusão social. Vejo certa enorme ignorância ( falta de conhecimento) como o maior aliado a dependência química.

Outro problema ainda que podemos constatar é no que tange a fiscalização sobre a venda de drogas lícitas ( álcool, cigarro) para adolescentes. Este ainda é um grande desafio, não vejo uma solução a curto prazo. Enquanto não se mudar a lei dando penas mais severas e uma ampla fiscalização e cumprimento das leis estamos longe de uma solução.

Mas de todos os desafios o que tenho percebido ser maior esta no tratamento a dependentes químicos. Este na realidade é o que tem tirado o sono daqueles que atuam nesta área. Infelizmente, nem o 1º e 2º setor tem feito quase nada. As ONGs tem sofrido para tentar fazer alguma coisa. É comum vermos varias entidades fechar suas portas e assim, muitos dependentes que buscam tratamento estarem lançados a própria sorte. O que temos observado é uma grande fiscalização por parte da ANVISA, que inviabiliza qualquer entidade a manter atendimento, levando-as a fecharem as portas e estes jogados na rua, sem qualquer aparado do Poder Publico.

Algo que podemos notar e acredito que muitas entidades que atuam neste segmento podem confirmar o que digo. Um dependente químico quando está na ativa muitos destes estão jogados nas ruas, numa plena exclusão social, sem atenção da sociedade e do Estado passando fome, frio transmitindo AIDS e nada fazem por estes. Então uma entidade acolhe está pessoa dá-lhe toda atenção, carinho, amor, respeito, dignidade ai, vem o governo representado pela ANVISA e começa esboçar seu questionário. Quer saber se o recuperando é bem atendido quantas vezes é passado pelos médicos, quantos são os profissionais que o atente, quais são suas formações técnicas, questionam a alimentação chegam até perguntar sobre o profissional responsável pela área nutricional, quantas vezes alimenta pôr dia... Fazem entrevistas com os recuperando um questionário que muitas vezes eles nem conseguem responder pela tamanha ignorância cultural. Mas algo que não vejo e em seus questionário é, quanto de repasse do governo para a entidade, onde o residente morava antes de buscar tratamento. Não perguntam se estes encontram ali pôr livre espontânea vontade e se podem deixar os programas quando desejam. É comum certas entidade infelizmente tornarem-se abrigos, casas de acolhimento pôr ver tanta carência e ausência do Estado.

Quero aqui ressaltar que não sou contra a fiscalização, o acompanhamento pelos órgãos governamentais, mas sou contra esta hipocrisia e este combate indiretamente ao tratamento realizado pelos órgãos públicos. Sou contra a falta de assistência financeiras ás entidade que atuam nesta área. Varias famílias que tem condições financeiras quando precisam assistir seus entes buscam entidades não medindo esforços econômicos, mas no entanto quando tem algum conhecido sem recurso para tratamento buscam nestas entidades pobres ajuda e lá os depositam, nem fazem visitas com medo de serem surpreendidos em solicitação de colaboração.

Dentro deste diagnósticos podemos observar duas realidades completamente diferente. Na prevenção as políticas Antidrogas caminham, é evidente que este tema não tem fim, trabalhar a prevenção as drogas é algo constante e continuo, mas no que tange ao tratamento estamos super atrasados para não dizer caminhando para trás nestas políticas Antidrogas

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 27/06/2005
Código do texto: T28401