O resto que se dane.

Se pararmos um pouco e observarmos à nossa volta veremos que tem muita gente em profissão errada. Como aquele trocador de ônibus, que agora é conhecido como agente de bordo, que só vive de cara fechada, talvez seu desejo fosse ser motorista. Mas não vamos entrar em detalhes sobre sua vida, o porquê não é, ou o porquê deixou de ser, mas no fundo é claro e evidente que seu cargo não era para ser este, mas vai assim mesmo ainda que mal, cumprindo o seu papel, cobrando as passagens e dando-nos o troco adicionado com o seu eterno mau humor.

Eu acredito muito em profissionalismo, em responsabilidade, e creio também que muitas pessoas possuem estas qualidades, mas existe um detalhe a mais, talvez o mais importante, o dom, o que nos faz pensar que determinada pessoa nasceu pra ser aquilo, não importa o que seja, de simples e também importante varredor de ruas, a um especialista da medicina, onde o valor monetário com o qual é pago não é tão importante como a sua própria satisfação naquilo que faz, e é isto que faz a grande diferença, o que acaba contagiando a todos e ao mesmo tempo mostrando que dinheiro é necessário, mas não é tudo.

Vestir uma farda, portar uma arma, ter um volante de uma grande carreta em mãos, ou mesmo vir a pilotar um imenso avião, tudo isto pode talvez não vir a ser um dom, mas apenas um meio de alimentar o próprio ego, este que faz com que as pessoas esqueçam o verdadeiro motivo de estarem aqui, pois se vivemos numa sociedade o lema é servir, e para servir bem temos que descobrir dentro de nós mesmo aquilo que mais iremos desempenhar melhor, mas não devemos nos preocupar com isto se deixarmos o nosso dom prevalecer, o que devemos é não deixar a ganância nos corromper pela visão de poder alcançar altos ganhos financeiros, porque ai estaremos compactuando com aqueles que pensam que neste mundo é cada um pra si, o resto que se dane.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 26/02/2011
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