Escrachado

Houve um tempo em que,

E não faz tanto tempo assim,

Namorar era ingênuo, romântico,

De fazer as faces corar...

O homem abordava uma mulher,

Como que pisando em ovos,

Pedia suas mãos pra segurar.

Hoje tudo tá escrachado!

Não que o homem tenha mudado,

Creio nisso, não!

Foi a mulher que se liberou, estragou...

Querer isso ou aquilo,

O homem sempre quis,

Mas, havia um semáforo na sedução,

E o homem respeitava os sinais.

Hoje a coisa tá complicada,

De dificil administração.

O homem julga toda mulher igual,

Ou não julga, apenas acha normal,

Conquistou, deu o primeiro beijo,

Quer a mulher na horizontal.

Gostos e costumes, saber disso pra quê?

O velho anel indicando compromisso,

Não se viu e nem se vê.

Há um apelo da sedução,

E o que importa é o momento,

E o velho jargão:

“Não vou fazer nada que você não queira”

Fazer nada, o quê?

Nesse momento, quero que pegue apenas na minha mão...

E você vê aquela relação ir pro brejo,

O homem não voltar mais,

Queria apenas curtição.

Ninguém tem nada a perder,

Lavou tá novo de novo...

Os tempos mudaram, eu sei

De que adianta reclamar?

Só que eu quero muito mais,

Comer pipoca na praça e ver a banda passar,

Quero me mostrar por dentro,

Sobre tudo conversar...

Respeitar algumas etapas,

E aí sim, na cama abusar, descansar...

Mas, os tempos mudaram, eu sei

Só que eu me recuso mudar!

Marina Vertuani em 26/02/2011

Marina Vertuani
Enviado por Marina Vertuani em 26/02/2011
Reeditado em 07/03/2011
Código do texto: T2815549
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