O QUE ESTAMOS FAZENDO DE NOSSAS VIDAS?

A moda hoje pede que tenhamos corpos “sarados”. Sarados? Com o tipo de comportamento que estamos tendo? Ingerindo as substâncias que propagam deixar o corpo em sua melhor forma?

Vivemos a era da informação e estamos tão longe de obtê-la em nosso próprio benefício e nos tornamos escravos de uma moda facínora, que quer modelar o corpo não pelo aspecto visual somente, mas muito mais pela engorda dos bolsos de indústrias químicas, médicos inescrupulosos que esqueceram o juramento de Hipócrates e pela mídia que propaga a felicidade de quem tem um corpo escultural.

E com isso, nos submetemos aos mais severos componentes químicos, que nos matam, nos tiram a vitalidade, inutilizam a mais fantástica máquina viva do planeta: o nosso corpo.

Mas será mesmo que Sheylas, Xuxas, Leonardos e tantos outros famosos são felizes, naquela essência que todos acham que obterão somente na perfeição do corpo?

Acredito que mais do que era da informação, estamos vivendo a era do TER esquecendo pelo caminho o SER.

E a busca se torna desenfreada pela colocação de silicones, num levantar de bundas, seios, bíceps! Quantos que buscam por esses atrativos sabem o que é o silicone? Silicone é um composto orgânico do silício (Si), um semicondutor muito usado na indústria eletrônica. Outra forma de apresentação é o gel de sílica, usado como dissecante e descolorante. Estou falando claro, em composições químicas, mas o nosso corpo é uma fábrica química. Alguém pode responder com certeza que as alterações não irão acontecer? Qual a conseqüência se este “saquinho de silicone” estourar num acidente qualquer, ou pela má qualidade dos implantes?

E não paramos nisso! A busca pelo corpo perfeito pede mais e mais sacrifícios. Afinal hoje a indústria está a nosso favor, dizem os adeptos da perfeição.

E buscam no “aspartame” a manutenção do seu peso. Só esquecem que o álcool contido no aspartame (metanol), ao ser levado a uma temperatura superior a 30° C, se converte em formaldeído e em seguida para ácido fórmico (aquele veneno pra matar formigas), provocando uma acidose metabólica. Não é a sua preocupação? Não toma bebidas quentes com aspartame, somente refrigerante diet? O corpo humano tem temperatura superior aos 30°C, não é preciso se preocupar em “esquentar” o adoçante!

E aqui cabe uma distinção entre o etanol (álcool etílico usado em bebidas, como vinhos, cervejas, etc.) e o metanol (álcool metílico, usado como descongelante, combustível, solvente para tintas, etc.). A preocupação com a ingestão do metanol passa também pelas bebidas que se utilizam dele em pequenas porcentagens e nem por isso menos letal, em bebidas que propagam atingir baixas temperaturas sem congelar, como o caso de uma famosa cerveja que fez desse “malefício” a maior e melhor qualidade da mesma.

Ah!... Você não toma bebidas com álcool? Saiba então que o refrigerante diet também possui aspartame. E que além do metanol, todos os produtos que contém aspartame contêm aminoácidos como a fenilalanina e o ácido aspártico, que pode causar danos cerebrais, em altas doses, ou se usados como única fonte de alimentação, como é o caso de algumas dietas que estão fazendo propaganda na mídia, que além de um custo elevadíssimo, dão refeições completas e barrinhas energéticas como única fonte de alimentação (eu prefiro chamar de única fonte de degradação do organismo), uma vez que o aspartame irá se converter em subprodutos perigosos e que nosso organismo não possui defesa natural para enfrentá-los.

Junte aos refrigerantes consumidos diariamente, àquela sobremesa diet, o cafezinho com adoçante, e essa cota “salutar” é ultrapassada sem notarmos.

Hoje, temos visto inúmeros casos de atletas tendo ataques fulminantes do coração. E todos se perguntam como pode ser? Um corpo perfeito, atividade física, controles... Mas ninguém fala da intoxicação por componentes químicos como o aspartame. Não é interessante pra a indústria química que tem um dos “lobbies” mais agressivos do mercado.

E vamos um pouco mais além... Não se fala porque os médicos de hoje não tem uma formação acadêmica tão eficaz, porque são mal remunerados, trabalham em vários lugares para manterem o padrão e pouco se importam em fazer uma avaliação mais profunda. Avaliação essa inexistente na saúde pública e provavelmente barrada nos planos de saúde que estão mais preocupados com a engorda de seus cofres do que com a saúde de um só cliente.

Quem de nós não conhece uma pessoa jovem até, que faleceu de ataque cardíaco fulminante? Quem desconhece os casos de atletas que morreram praticando o esporte que foi treinado a vida toda para fazerem? Quais as pessoas hoje que mesmo com o mais completo controle de peso e gordura não sofre com os exames de triglicérides?

O problema é que estamos correndo para pseudo-facilitadores em busca de uma solução rápida e milagrosa amplamente embutida pela mídia. E sentamos na frente da TV ou do computador, com nossas bebidas diets, aparelhos elétricos que fazem nossa musculatura rija, mas não nos movemos nem pra mudar o canal da TV.

A comida pronta de supermercados, aquecidas em microondas, sorvetes feitos com gorduras trans... E assim vamos vivendo. Vamos mesmo?

Nesse momento, você que está lendo pode estar me achando muito critica ou pessimista. Afinal a estatística mostra que o nosso índice de mortalidade vem subindo com o passar dos anos. Que a medicina hoje é preventiva e não curativa. Concordo. Plenamente. Ou nem tanto? Porque as pessoas que estão nessa “faixa” dos dados estatísticos, são aquelas que não tem vida sedentária, que se alimentam de frutas e verduras, que abandonaram as carnes vermelhas, o stress do trabalho (a maioria já está aposentada), fazem caminhadas, enfim tem um perfil completamente diferente das pessoas com a faixa etária de 30/40 anos, que são as mais afetadas pela “síndrome da perfeição corporal”.

Será que tudo isso vale a pena? O que é melhor: um corpo aparentemente com formas perfeitas, mas falido enquanto máquina vital, ou um corpo que leva a marca de seu tempo, com a plenitude de todos os momentos e vida saudável?

Procure uma literatura sobre o assunto. Informe-se. A informação é sempre a nossa maior arma, de defesa e bem estar!

Santo André, 02.11.06 - 16h10m