Parábolas( III )
PALAVRAS DE VIDA
Pastor Serafim Isidoro.
A PARABOLA DO SEMEADOR ( III )
"Outra semente caiu entre os espinhos e estes cresceram e a sufocaram... A que foi semeada entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera". – Mt. 13.22.
Como conciliar o Evangelho e as riquezas materiais, humanas e temporais? Os negócios, as ocupações que se nos parecem necessários a um viver diário confortável e prazeroso? Seria transgreção o enriquecer seja de qual forma? O Mestre havia declarado aos Seus aprendizes, que difícilmente entrarão no reino do céu os que confiam em suas riquezas. Exigiu do jovem rico, que o interpelara acerca do que fazer para entrar nesse reino, que vendesse o que tinha e desse o dinheiro aos pobres e então O seguisse para receber o direito da vida eterna. Seria o cristianismo uma religião somente de pobres ou para pobres monetários?
Do coração humano saem as bases da vida. A vida de um homem não consiste dos bens que este possua. As riquezas interiores são maiores, em analise, do que as riquezas exteriores. O cultivo das virtudes torna o indivíduo digno diante de Deus e dos homens. Há riquezas que não são as monetárias palpáveis, visíveis e tão prioritárias. Alexis Carrel, autor do livro "O homem esse desconhecido" diz que a ciência do homem é a mais difícil de todas as ciências. Viver de modo agradável ao próximo e a Deus só nos é possível através da prática diária e constante do verdadeiro cristianismo, de um ideal maior que visa a vida futura, o porvir, a vida eterna.
Os saduceus, corrente religiosa dos dias de Jesus, não acreditavam em ressurreição de mortos, na vida por vir. Hoje, a maioria das pessoas não se interessa por tais questões teológicas, futuristas. A corrida do ouro penetrou a própria religião, de maneira que o que esta propõe é um enriquecimento em nome de Deus, direito obrigatório para todo filho deste. O evangelho, no entender e na pregação do moderno cristianismo, é uma forma de enriquecimento milagroso como o maná que caia diariamente no deserto, na peregrinação do povo Israel durante os quarenta anos que ali permaneceram.
Jesus faz a diferença. Quando de Sua apresentação no templo, conforme exigia a lei, Simeão homem piedoso e devoto disse à Maria mãe de Jesus: "Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição". A divisão entre a pobreza e a riqueza, entre a realidade e o deslumbramento encontra-se Nele, o Homem da Galiléia, o carpinteiro de Nazaré que teve como berço uma manjedoura – phatne, gamela – e que foi sepultado em sepulcro emprestado.
Ele, Jesus, contradiz as racionalizações particulares dos religiosos. Vira a mesa dos cambistas do templo da religião e será juiz deles no Tribunal de Cristo.
A semente lançada entre espinhos é descrita pelo Senhor como sendo aquela que cai em corações atarefados com a futilidade do interesse próprio, do aqui e do agora, do que parece comum à raça humana. Abraçar um verdadeiro – e não utópico – cristianismo, exige desprendimento de bens materiais, do orgulho, da magnificência do vil metal e de circunstâncias quaisquer que não ensinadas por Ele ou pelos apóstolos. O caminho é estreito, e apertada a porta que conduz à vida eterna.
Só Jesus.
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