Maneco!
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Filipenses 4:8)
Quando estava fazendo um cursinho “pré-vestibular” no MCB - Miguel Couto Bahiense, no Rio de Janeiro, o corpo docente não apenas se limitou como é de costume, a fazer uma recapitulação daquilo que fora ensinado no segundo grau. É impressionante, como cada professor tinha prazer em transferir novos conhecimentos, que seriam úteis à graduação pretendida pelo aluno.
Todos foram excelentes e peço perdão, ao mencionar apenas um nome, por este encaixar-se por inteiro, na matéria que estou escrevendo: Manoel Maurício de Albuquerque. Arrepio-me, ao lembrar de um brasileiro tão fantástico! Quando dava aula, era com muita graça, esbanjando enorme conhecimento, expressando-se de modo humilde, simples, objetivo, notável, original.
Muitas palmas, mais palmas na sala de aula. Estava entrando Maneco. Era assim que o professor gostava de ser chamado.
--Mestre. Falava um aluno: posso fazer uma pergunta?
--Pode depois que tirar o Mestre. Eu não sou mestre, apenas estudei um pouco antes.
Maneco não sabia os nomes de todos os alunos. Sua maior característica era inventar um “apelido amigo” para cada um. Parte da aspiração do aluno, consistia em ser apelidado por Maneco. Assim, o professor oficializava sua amizade, despertando no pupilo, um maior desejo pelo aprendizado.
Você quer saber qual era o meu apelido? Brincadeira! Posso dizer quando estiver escrevendo outro artigo? Obrigado.
--Jardineira do Rei, fique quieta. Pessoal, anote o número desse telefone – disse Maneco, enquanto escrevia uma data no quadro-verde.
Maneco continuou desse jeito:
--A história serve para examinar o passado, otimizar sua vida no presente e torná-la excelente no futuro. O devido proveito tirado dela, permiti-lhe traçar qualquer tipo de objetivo. Vejamos alguns exemplos:
Plano de Navegação
Plano de Produção
Plano de Vendas
Plano de Marketing
Plano de Ensino
Sua História
Minha história
História da Sua Empresa
História do Brasil
--Tente estudar alguma ciência sem fazer contato com a história e pedirei à direção desse curso, para contratar você imediatamente e em condições muitíssimo excepcionais. Quanto a mim, tentarei outra ocupação – completou Maneco.
Agora que estamos terminando o ano, teremos uma enxurrada de informações em nossas mãos e o que iremos fazer com elas?
Quando o escritor George Orwell estava em 1948, projetou 1984. Arthur C. Clark, há mais de três décadas, escreveu 2001 Uma Odisséia no Espaço. Há um bom tempo, Martin Luther King, lutou e morreu pela liberdade racial. Outro dia me flagrei lendo um livro antigo, Estrada para o Futuro, de Bill Gates, que vaticinava o que estamos vendo hoje: a banda larga, as redes sem fio, para resumir. Nosso Ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse: “a marcha inexorável da tecnologia, faz a História caminhar”.
Quer uma idéia para fazer florescer seus negócios, prosperar sua empresa? Sirva-se das informações que estarão disponíveis na mídia impressa, tevê e Internet e selecione apenas o que estiver relacionado ao seu ramo de atividade. Como se você estivesse fazendo um “clipping”. Terminou? Agora converse com o maior número possível de pessoas fracassadas e bem sucedidas, ouça suas histórias. Sem perceber, terá concluído um “overview” de MBA com especificidade única, traduzido em consultoria grátis para sua empresa.
Ame seu negócio, engaste-se a ele por inteiro, como se vocês dois formassem uma jóia de família. Aquela que você não pode vender.
Compare seu “modus operandi”, com as atitudes de outros profissionais. Examine com lupa, a história de sua firma, atendo-se realmente aos mínimos detalhes. Extraia todas as experiências positivas. Procure alguém de confiança para trocar idéias. Prepare-se, porque para ter sucesso, precisará analisar o presente e vasculhar o passado, obtendo todas as vantagens possíveis. Sua prosperidade terá mais chance de estar assegurada, através de uma completa recapitulação.
Em uma bela livraria, num shopping gostoso de Botafogo, enquanto contemplava a elegância da loja, ensaiei uma breve recapitulação da minha vida. Acabei por chegar até a estante de história. Folheava os livros daquele que jamais declarou ou sugeriu ser alguma coisa; não teve contato com a jactância. Coberto de exagero em simplicidade, deixara um legado fabuloso para a nossa história.
Na livraria, mantive o controle, mas agora em frente ao computador, termino este artigo recebendo a visita das lágrimas. O autor dos livros era ele mesmo, meu professor, Manoel Maurício de Albuquerque!, ou melhor: Maneco!