Filosofia, eis a questão

Tanto o conhecimento filosófico como o teológico se detém ao mesmo objetivo, isto é, de chegar à verdade sobre o homem, sobre o Universo, sobre o ser e sobre cada uma das realidades que constituem a natureza.

O senso comum dá possibilidade e existência da verdade, embora se conhecer-lhe a natureza ou em que ela consiste. Os cientistas consideram a verdade como uma espécie de postulado que não lhes compete demonstrar.

Considera-se que as realidades em si não são adequadamente verdadeiras nem falsas e que surgem do julgamento da mente sobre as realidades. A verdade nasce a partir do julgamento da mente a respeito das realidades, que além dos atos de julgar, tudo que existe são seres, fenômenos, etc. Quer dizer, a coisa nos apresenta como verdadeiro ou falso a partir de julgamentos a priori a respeito de tais fenômenos. A mente pode apreender as coisas como elas são, ou de maneiras diversas como são em si. Nesse processo da mente ver as coisas adequadamente ou inadequadamente pode se dar a verdade ou o erro.

O ser humano tem uma capacidade imensa de comunicar-se, de manifestar seus pensamentos aos outros de diversas formas.

As palavras podem ser verdadeiras ou falsas, não em si, mas em relação ao pensamento ou na dependência do pensamento que traduzem. A mente comunica por palavras a verdade e nessa comunicação há a adequação ou a conformidade com a realidade. Não falar a verdade, implica em erro, quando aquilo que se tem na mente não corresponde à realidade. Não falar a verdade significa algo diferente daquilo que, de fato se tem na mente.

É possível uma verdade plena?

Não é necessário que a mente represente e traduza a realidade plena e total em seus julgamentos para que surja a verdade. Basta somente aquilo que a mente apreende e afirma acerca da realidade seja exatamente como ela afirma. O modo de representar pode ser parcial; e só será plena se a parte afirmada corresponder ao que se foi apreendido corretamente.

Tudo que está em perpétuo movimento e eterna evolução. Pois também a nossa mente não é menos mutável que o universo. Se a realidade muda e a mente não acompanha tal mutação, a verdade anterior cede lugar à falsidade. Quer dizer, se vejo a realidade fragmentada ou num processo de segmentos sucessivos ou não em sua totalidade simultânea, digo, não é fácil atingir a verdade e fundamentar certezas.

E digo mais: a certeza é o nível ou o grau de adesão, firmeza, comunicação ou segurança com que a mente aceita a verdade de determinado enunciado, como ter plena certeza que a América foi descoberta por Cristóvão Colombo? Etc. Por exemplo, existem pessoas que admitem ser a natureza colorida, exatamente como vêem. Aqui, o estado subjetivo de certeza é imprudente e ilegítimo, pois não faz demonstração da verdade.

A verdade tem caráter objetivo, pois a mente capta a realidade como ela é. Ao captar como ela é, surge a verdade. E a linguagem é dar sentido à realidade dos fatos, mediante enunciados, em que a verdade pode objetivamente ser verificada. O sujeito que desconhece a verdade, aceita a ambigüidade. Então, o estado de dúvida aumenta, tanto para o “sim” como para o “não”. A certeza religiosa se fundamenta na fé, pela revelação de Deus como verdades divinas. Se Deus os revelou, o homem atinge as mesmas verdades que Deus. Já a vulgar, se fundamenta no depoimento dos próprios sentidos, sensibilizados pelos os fatos, nas experiências de cada um. O religioso aceita como verdadeiros os enunciados religiosos porque Deus os revelou e a Bíblia os comunicou.

Gilson Pontes
Enviado por Gilson Pontes em 25/01/2011
Código do texto: T2751409
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