PERIGOSIDADE!

Perigosidade

Se nunca como hoje, o perigo de extinção ou aniquilamento da vida, esteve tão próximo do homem, não é por culpa da Natureza, já que esta, após a demonstração ou expansão das suas forças, permite sempre a revitalização dos espaços e das gentes, é ele mesmo o homem, que a partir das matérias existentes em estado natural e depois de as manipular ou alterar, provoca o desequilíbrio dos elementos, pondo em risco não só a sua própria vida, mas até a existência deste Planeta, tal como hoje o conhecemos.

A intromissão ou invasão de áreas sensíveis, que o homem continuamente leva a efeito e pelas quais viaja, pode ter os seus benefícios e proporcionar comodidades até então não sonhadas, mas pode também comportar riscos, que sem serem calculados, levem a uma aceleração tal que a travagem, no caminho para o colapso, se torne de todo impossível.

São muitas as situações que nos podem vir a causar dano, mas basta enumerar apenas três para exemplo:

1ª. Um dos maiores receios que pesa sobre a humanidade é sem duvida a energia atómica, e se nos lembrarmos do holocausto que foram, há pouco mais de 60 anos, as duas explosões em Hiroshima e Nagasaki e compararmos a potência e quantidade das armas actuais, em relação àquelas, milhares ou talvez milhões de vezes superiores, facilmente chegamos á conclusão de que a serem usadas, o resultado não seria apenas catastrófico, mas sim apocalíptico, e há que o ter em conta de maneira realista.

2ª. O envenenamento que o homem está a provocar no meio ambiente, os químicos, os poluentes tóxicos ou corrosivos e a acumulação de elementos radioactivos depositados aqui e além de maneira descontrolada, podem fazer estragos irreparáveis na cadeia alimentar e no equilíbrio biológico, se é que já não estão a ser feitos em nome do lucro que é rei.

3ª. A engenharia genética: ainda há poucos anos, uma ciência quase despercebida do grande publico, embora se saiba que muitas das plantas e sementes, principalmente, têm vindo a sofrer da parte do homem, uma alteração ao seu estado natural, sob a forma a que os cientistas decidiram chamar de manipulação genética, que consiste na criação e desenvolvimento de espécies cada vez mais produtivas e resistentes ás pragas.

A descoberta, separação ou isolamento dos genes permitiu ao homem conhecer qual o seu comportamento e actuação na formação da vida e saber não só o grau de resistência e comportamento de cada um, mas ainda qual a missão que a cada um cabe no complexa formação e evolução do ser.

Todos ouvimos falar dos transgenicos e cada vez mais essa palavra se torna vulgar no discurso de muita gente, e quer queiramos quer não, passamos a depender do seu uso real no quotidiano.

Esta ciência está a evoluir a um ritmo apressado, dos trangénicos passamos á clonagem, daqui iremos até ao mistério da vida que se julgava insondável, mas se as vantagens que daqui podemos receber são certamente muitas, muitos são também os perigos que podem vir a verificar-se a médio prazo.

A ambição do homem pode deparar com obstáculos, ou limites físicos, mas com o evoluir do tempo, do saber, e com a teimosia que lhe é afecta, acabará por desvendar segredos que talvez fosse melhor não saber.

Há na clonagem, certamente como em todas as descobertas, uma esperança demasiado eufórica, mas genuína, dos benefícios que a humanidade dela pode vir a usufruir, mas não podemos esquecer que um bem acarreta sempre atrás de si um perigo, perigo esse que deve ser evitado a todo o custo.

O homem, todos sabemos, jamais atingirá a meta última do conhecimento supremo, e quererá sempre mais e mais até ao infinito. Das experiências da clonagem ao cruzamento das espécies, não é uma distancia assim tão grande, daí que nada possa impedir que alguém habilitado, venha, ainda que ilegalmente, e num futuro não distante, a criar através do cruzamento ou junção de diferentes clones, algum, ou alguns dos seres mitológicos que nos falam as antigas civilizações e que passem a ocupar o lugar do homem.

Escrevi está escrito, mas podem ignorar, se quiserem!

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 27/10/2006
Código do texto: T274958