ANO NOVO
ANO NOVO
Outra vez temos a oportunidade de viver o mesmo círculo vicioso de todo final e início de ano ou decidir torná-lo um verdadeiro círculo virtuoso.
No ponto inicial do círculo vicioso colocamos as nossas idealizações e ficamos pensando no futuro, desperdiçando incontrolavelmente o momento presente, aguardando a ocorrência dos eventos idealizados.
No segundo ponto o resultado óbvio é a frustração por não termos conseguido alcançar o futuro que pretendíamos orientar. Os resultados não foram realmente bons para nós ou não atingimos as nossas expectativas. Aqui existe sempre uma mensagem que dificilmente aprendemos: quando estamos acostumados a idealizar e usar o pensamento presente sobre acontecimentos futuros, quando este futuro se torna o hoje, a frustração é inevitável porque não estamos preparados para desfrutar o agora.
No terceiro ponto, está claro, só poderemos encontrar a depressão resultante do nosso sentimento de insatisfação. Tudo porque quando não sabemos como se apoderar firme e decididamente do agora e vivê-lo plenamente, nos sentimos deprimidos e desmoralizados.
Então, o que fazemos? Começamos tudo de novo e muito provavelmente chegaremos à condição de termos uma “vida de calmo desespero”, como afirmou Henry David Thoreau.
Como então sair deste e encontrar o círculo virtuoso? Em minha opinião, começando por responder à seguinte questão: “Como usarei os meus momentos presentes neste novo ano?”.
Vale também decidir sobre a eliminação de planos vagos tais como: “em agosto estarei com a minha vida sob controle”, “em abril estarei cinco quilos mais magros”, “deixarei de fumar em fevereiro”, “até o final do ano estarei seguindo um programa de recuperação da minha forma física”, etc., etc. Claro que tudo isto é factível e, com certeza, o seu organismo, a sua auto-imagem e a sua auto-estima estarão excelentes quando tudo isso se tornarem realidades. Entretanto, o que não dá para esquecer é que no planeta a vida acontece um minuto de cada vez, uma hora de cada vez, um dia de cada vez.
Na certeza de que todos viveremos - “um dia de cada vez” - uma longa e produtiva vida, a começar em 2011, do mesmo modo que norteei o livro “Filosofia Prática – Desenvolvendo Habilidades para ser Feliz”, quero deixar um acróstico como reflexão adicional.
A inda se repetem as práticas da retrospectiva e dos pedidos de um
N ovo ano com tudo novo e da melhor qualidade.
O comum, após este momento, é tudo seguir como antes.
N ada “cai do céu” e muito menos existe “almoço de graça”.
O novo deve ser sempre da nossa responsabilidade e não do ano.
V iver ao sabor de profecias, ou de pedidos vãos, só poderá te dar
O utro ano do tamanho que sonhou (ou não sonhou).