Roda’s Bar - (da série “estórias de bar”)

Não há vida inteligente,

além da calçada em frente ao Roda’s Bar

o bar do Roda é físico, metafísico,

é concreto e abstrato,

é a contracultura, filosofia pura,

é o tudo e é o nada na descompostura

bem comportada da freguesia afogada

em copos de aguada brahma

É ali, às cinco em ponto,

que encontro Lázaro ressuscitado

doce bicheiro, alma de passarinho

que me faz passar, ateu que sou,

do “passo ao segundo” a Deus

como se todas as religiões coubessem

num pequeno bloco de papel.

O Roda’s bar existe ou não existe?

Se não existe, porque insiste

em não nos deixar ser sós?

E se faz tão necessário à vida

como o canto do curió

que da gaiola em frente

pega a gente de repente

O bar do Roda é realidade ou ficção?

Pergunto sem oblação

ao irmão de copo e aflição

sei, de antemão, que a resposta

não virá de supetão

Mas quem dela precisa?

Sendo sim ou sendo não

o que importa é o agora.

Se estas portas para sempre se fecharem

que engenharia há de represar

as águas que passam sob esta Ponte Nova?

Registro aqui esta pérola do jornalista Henry Corrêa de Araújo, deixada no bar do Roda, que situava-se na rua Ponte Nova entre ruas Jacuí e Januária – bairro Floresta, BH-MG

Já há 9 anos, situa-se na Jacuí, esquina com Ponte Nova.

É uma homenagem a seus amigos ( Zé Boi, Zé Márcio, Márcio, Taquinho, Romeros, Oswaldo, Xaxá, Antônios, Lázaro, Vicente, Zé Bodoque, Roda, Rodney, Eduardo e Margarete)

Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 17/01/2011
Reeditado em 17/04/2012
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