Roda’s Bar - (da série “estórias de bar”)
Não há vida inteligente,
além da calçada em frente ao Roda’s Bar
o bar do Roda é físico, metafísico,
é concreto e abstrato,
é a contracultura, filosofia pura,
é o tudo e é o nada na descompostura
bem comportada da freguesia afogada
em copos de aguada brahma
É ali, às cinco em ponto,
que encontro Lázaro ressuscitado
doce bicheiro, alma de passarinho
que me faz passar, ateu que sou,
do “passo ao segundo” a Deus
como se todas as religiões coubessem
num pequeno bloco de papel.
O Roda’s bar existe ou não existe?
Se não existe, porque insiste
em não nos deixar ser sós?
E se faz tão necessário à vida
como o canto do curió
que da gaiola em frente
pega a gente de repente
O bar do Roda é realidade ou ficção?
Pergunto sem oblação
ao irmão de copo e aflição
sei, de antemão, que a resposta
não virá de supetão
Mas quem dela precisa?
Sendo sim ou sendo não
o que importa é o agora.
Se estas portas para sempre se fecharem
que engenharia há de represar
as águas que passam sob esta Ponte Nova?
Registro aqui esta pérola do jornalista Henry Corrêa de Araújo, deixada no bar do Roda, que situava-se na rua Ponte Nova entre ruas Jacuí e Januária – bairro Floresta, BH-MG
Já há 9 anos, situa-se na Jacuí, esquina com Ponte Nova.
É uma homenagem a seus amigos ( Zé Boi, Zé Márcio, Márcio, Taquinho, Romeros, Oswaldo, Xaxá, Antônios, Lázaro, Vicente, Zé Bodoque, Roda, Rodney, Eduardo e Margarete)