MUITO ALÉM DO CANAL

Nada de Uruguai, Argentina ou Estados Unidos da América; se você quiser conhecer um local belíssimo, com clima temperado o ano inteiro, gente educada e excelentes preços para comprar bugigangas, o lugar TOP de linha da atualidade é o Panamá, que fica pertinho de nós, logo depois da Colômbia e está também relativamente próximo aos EUA e ao badalado Caribe.

Oficialmente a República do Panamá fica na América Central e a maioria de nós a conhecemos apenas pelo advento geográfico do canal que divide as Américas e esquecemos, ou não sabemos; de tantas outras curiosidades e relevâncias que o país possui, como por exemplo, é um dos principais destinos turísticos da América Central; que possui inúmeros hotéis de luxo e uma infinidade de shoppings Center no mais claro estilo Free Shopping, paixão de 100% de quem a visita; e ainda no campo da curiosidade, é o único lugar das Américas onde podemos visitar dois oceanos, Atlântico e Pacífico, de carro, num único dia, pois a menor porção de terra entre os dois oceanos dista em cerca de 50 km; você pode comer uma peixada em San Blas no Atlântico e minutos depois comer frutas tropicais fresquinhas em Tucomen no Pacífico.

Quem normalmente realiza viagens para o Panamá são operadoras especializadas em Caribe e os pacotes com estadia, passeios e aéreo, para uma estada de uma semana, custa em média R$ 4.000,00, mas se você optar pela compra avulsa da passagem através da Companhia Aérea panamenha, a COPA, somente a passagem custa em média R$ 1.500,00 ida e volta já inclusa a taxa de embarque internacional. Hotéis há para todos os gostos e bolsos; basta uma olhadinha mais crítica nos sites especializados que irá encontrar facilmente bons hotéis que vão desde R$ 150,00 até R$ 1.500,00 a diária. Para os mais aventureiros, pousadas charmosas e albergues a beira mar podem custar bem menos que o menor valor dos hotéis. Mas se a sua preocupação for com as outras despesas, como por exemplo, a comida; vá ficando tranqüilo; comer no Panamá é uma dos raros prazeres americanos e o valor é bem menor do que comer num shopping brasileiro.

Eu já estive uma vez visitando o país e posso afirmar que com R$ 3.000,00 dá para você ir ao Panamá, ficando sete dias e voltar ao Brasil tranquilamente; só não dá para se entusiasmar com as compras nos mais de 10 shoppings que há na Cidade do Panamá, porque a tentação é irresistível e a carne é fraca. Gêneros como perfumes, que costumamos comprar no Brasil por R$ 400,00, no Panamá pode ficar em R$ 150,00 e tudo é original.

No lado histórico o Panamá é tão rico quanto os demais latino americanos; foi descoberto em 1501 pelos espanhóis, quase na mesma época em que Portugal tomava posse do Brasil; por ser uma faixa importante para as rotas comerciais dos dois oceanos, a cidade panamenha de Portobello logo se tornara uma das mais atraentes do planeta, sendo alvo de todo tipo de incursão e colecionando histórias, mitos e fortunas.

No início da colonização espanhola o Panamá foi oficialmente integrante do Vice-Reinado do Peru, depois fora transferida para o Vice-Reinado de Granada. Ficou independente da Espanha em 1821, mas seu controle fora transferido para a Colômbia; dos colombianos a independência somente ocorreria em 1903 com a proteção militar dos EUA. Enquanto os estadunidenses ajudavam na militarização panamenha, ambos fizeram um acordo de construção do canal.

Acordo feito e construção iniciada, panamenhos e americanos não se entenderam durante algumas ocasiões e as trocas de acusações entre ambos levaram a região a sofrer intervenções e passar por inúmeros climas tensos; a última incursão militar dos EUA contra o Panamá ocorreu em 1989 para derrubar o Poder de Manuel Noriega, acusado formalmente, dentre outras coisas, de utilizar o canal para o tráfico de drogas. Noriega foi preso em solo panamenho e levado aos Estados Unidos, onde foi condenado em Miami pelo crime de tráfico internacional de drogas.

Quem visitar o Panamá encontrará um país tipicamente constituído por florestas tropicais muito parecidas com a nossa Amazônica; uma rica flora enriquece quase toda extensão panamenha, fazendo do lugar um dos mais importantes biomas da região, com clima quente e úmido o ano inteiro. Cerca de 500 rios que nascem de cadeias montanhosas descem e abastecem o Canal do Panamá, contribuindo para uma importante bacia hidrográfica extensa e rica em pescados.

Suas cidades lembram o período colonial espanhol, com arquitetura secular em prédios públicos e casario tipicamente inspirados na Europa antiga. A população de todo o país é menor do que a cidade de São Paulo; hoje a estimativa é que haja cerca de 4 milhões de habitantes e somente na Cidade do Panamá, a capital federal, vivem cerca de 1,5 milhão. 57% dos habitantes vivem na Zona Urbana e depois da Cidade do Panamá, Colón, sede portuária nacional, tem 150 mil pessoas vivendo.

Mais de 85% dos panamenhos são católicos apostólicos romanos e 75% de sua população é mulata. O idioma oficial é o espanhol e a moeda é a Balboa. Há estradas de boa qualidade no país e poucas opções férreas; também se utiliza muito o transporte fluvial e quando falamos de acesso por via aérea o Aeroporto Internacional de Tocumen recebe inúmeros vôos internacionais todos os dias; ele é bem equipado, moderno e de fácil utilização. Para os visitantes brasileiros não há necessidade de vistos prévios, bastando estar de posse do passaporte válido por no mínimo seis meses e algumas vacinas obrigatórias como a da febre amarela.

Turismo no Panamá cresceu muito nos últimos 5 anos, graças, em parte, ao governo oferecer desconto de impostos e preços à visitantes e aposentados estrangeiros. Esses incentivos financeiros levaram o Panamá a ser conhecido como um bom lugar para se aposentar, sendo um dos destinos que mais recebe aposentados americanos e europeus. Investidores imobiliários no Panamá aumentaram a quantidade de destinos de turismo nos últimos 5 anos.

A quantidade de turistas no Panamá em 2008 superou a casa dos 2 milhões, um aumento significativo em relação ao ano anterior. As chegadas de turistas da Europa ao Panamá cresceram mais de 20% durante os 9 primeiros meses de 2008. De acordo com a Autoridade de Turismo do Panamá; entre Janeiro e Setembro de 2008, 71.154 turistas da Europa entraram no país. Os europeus que visitam o Panamá são predominantemente espanhóis, italianos, franceses, britânicos e alemães. Europa se tornou um dos mercados chave para promover o Panamá como destino de turismo. O turismo gera quase 10% do PIB, sendo o maior setor da economia atualmente.

Basicamente se permanece na Cidade do Panamá, a maior e mais luxuosa, mas há dezenas de outras boas opções espalhadas pelo país com hotéis de alto luxo. Na capital há uma força enorme de modalidade de hospedagens; o turista; seja ele do tipo mochileiro, seja do tipo gastador, encontrará sempre uma boa opção para gastar o que pode pagar. Taxis são muitos e baratos e os ônibus circulam bem pela cidade, mas algo precisa ser levado em conta antes de partir numa aventura inconseqüente: o Panamá prioriza quem vai investir ou gastar muito; o país está em franco desenvolvimento e necessita de pessoas com disponibilidade financeira, portanto, fazem de um tudo para que estas pessoas abastadas conheçam, gostem e permaneçam.

Há uma época, entre Março e Setembro em que as tormentas que movimentam o Mar do Caribe deixam o país menos agitado, com poucos turistas, por causa do risco de furacões, mas nada de mais que amedronte os aventureiros; o máximo que tem ocorrido são chuvas mais fortes sem maiores conseqüências para vôos e passeios curtos.

Resumindo o Panamá o turista encontrará história, aventuras, compras, modernidade e um povo amigo; meu conselho é que todos desfrutem com moderação; que viagem levando a amizade brasileira e traga o mesmo dos panamenhos. Evitem pontos suspeitos de criminalidade, dando preferência a informação local da autoridade de turismo e a polícia turística; depois é só publicar nos blogs as fotos sensacionais do país que vai além do canal, o Panamá!

Boa viagem!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

WWW.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 11/01/2011
Código do texto: T2723272
Classificação de conteúdo: seguro