Mulheres
Poucos são os homens que as entendem e as valorizam como merecem.
Nossa colega de página neste semanário, Isabel Cristina Moreira, escreveu recentemente bem elaborado artigo com o sugestivo título Perspectivas amorosas das mulheres contemporâneas. O assunto continuou em outro artigo, mas refiro-me ao primeiro deles. O artigo é bom na íntegra e como já foi publicado fica inviável ficar reproduzindo o texto todo. Porém, um parágrafo faço questão de transcrever. Diz a amiga articulista: "A mulher de hoje procura um parceiro sensível, amoroso e inteligente, que saiba partilhar com ela sua vida, suas fraquezas e conquistas, que seja fiel e se disponha a uma certa permanência nas relações, sem contudo assumir o controle da vida em parceria, considerando-se inclusive o centro na vida da mulher."
Este trecho é magnífico para homens e mulheres. Muitos homens, e inclusive mulheres que não se valorizam, não percebem a grandeza de um relacionamento saudável e maduro. Quem vai querer discutir o significado da mulher na vida humana? É algo que não se discute. Desde a sublime questão da maternidade e todos os seus desdobramentos pela vida toda, a simples presença feminina no mundo já significa fonte de inspiração para poetas e escritores. É que verdadeiramente a companhia da mulher, seja mãe, namorada, esposa, irmã ou simplesmente uma grande amiga - em qualquer idade - sustenta os ideais da vida.
Destaco o trecho de Isabel porque entristece-me verificar os conflitos entre casais que antes eram anjinhos que viviam trocando juras de amor e agora tornam-se inimigos que se detestam. Por que esse contraste? Bem, os motivos são muitos, mas destacam-se o desrespeito à individualidade, a imposição cruel de comportamentos, etc. Neste ponto surge o que disse Isabel: "a mulher procura um parceiro sensível, amoroso e inteligente, que saiba partilhar com ela sua vida, suas fraquezas e conquistas, que seja fiel e se disponha a uma certa permanência nas relações..." Mas surgem homens deseducados, brutos, verdadeiros mandões e donos do mundo. E pior que isto acontece também com maridos que enfrentam esposas pegajosas e indiferentes. Ora, o que as mulheres mais desejam, e os homens também é claro, é serem donas da própria vida. Como ser feliz convivendo com quem não faz o mínimo esforço para melhorar-se?
Entre os jovens, surgiu o tal de "ficar". Ocorre que esse "ficar" deixa marcas, nem sempre agradáveis. O que precisa ser buscado é a convivência sadia, harmoniosa e principalmente amiga. A causa principal, porém, está em se considerar apenas o sexo na questão homem/mulher. Ora, este não é o elemento principal. Acima dele está a convivência. Quando se esquece dela, tudo vai por água abaixo.
Isabel foi muito feliz em seu artigo, destacando essa necessidade do partilhar das conquistas e fraquezas, lutas e ideais. É isto que torna um relacionamento mais duradouro. Quando, porém, busca-se apenas o prazer sexual, o relacionamento está baseado em aparências que logo desaparecerão e breve surgem as desilusões que transformar amores em inimigos muitas vezes mortais.
Por que não desenvolver o carinho das atenções? Por que não conviver deixando de lado o feroz egoísmo que determina um desejo efêmero de posse do outro?
Felizes os que procuram superar esses desafios e buscam sempre se entender...
Nossa homenagem, pois, à inteligência e sensibilidade feminina que sempre soube, mais do que os homens, construir suas vidas sobre a rocha do amor.