Para mais tarde

Realmente a vida é uma infindável coleção de altos e baixos, um carrossel, que às vezes gira ao contrário, um rio sem pontes e que se finda num insondável despenhadeiro. Contudo, bem sei ou pressuponho como o mais reles dos adivinhos, que as promessas de grandes mudanças de rumo certamente me virão surpreender prazerosamente.

O imediatismo de nossos dias, na busca desenfreada por bens materiais, a tensão gerada pela competição nos mais diversos setores, tudo isso faz com que nos esqueçamos de nós. Daqueles sonhos acalentados por muitos anos, e que sempre acabam sendo deixados para mais tarde, para o dia em que tivermos “tempo”, ou para quando nossa situação financeira estiver mais estável. Isso acaba gerando muita angústia, pois o homem não é uma “máquina”, mas sim um indivíduo com desejos e emoções, que precisam ser satisfeitos.

Às vezes me nego peremptoriamente a tornar-me mais um membro do rebanho e insisto constantemente no perigoso exercício de pensar com a minha própria cabeça. Mas sou eu quem guia meus próprios passos e vou construindo meu caminho à medida que ando. Outrossim, não devo me deixar levar por um subterfúgio às dificuldades, mas também, achar que a vida é um eterno piquenique montado em meio a roserais, onde abundam fontes jorrando leite e mel e tempestades de maná desaguando do céu azul anil para todo o sempre.

Sou de natural alegre, gosto de rir, porém se preciso muito para concretizar ao menos um dos meus sonhos; tentar, sempre alcançá-los, pois a satisfação plena do ser humano depende de um conjunto de conquistas, realizações, que alimentam seu dia-a-dia, e que podem tornar a sociedade um lugar mais fraterno e digno de se viver.

Gilson Pontes
Enviado por Gilson Pontes em 08/01/2011
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