Direito de sonhar
O mundo contemporâneo é marcado pelo pragmatismo e pelos “ismos” como, ilusionismo, egoísmo, individualismo, modismo, consumismo, chauvinismo, civismo, patriotismo, etc. Isso baseado pela fria realidade social, onde predomina demasiadamente o “achismo”.
O que podemos dizer “realismo” vira sentimentalismo.
Os grandes avanços tecnológicos, onde a informação invade todos os espaços, comunicando à sociedade o resultado dos erros estruturais que ela comete.
Hoje proliferam as notícias de “balas perdidas”, de violência, miséria humana.
Será que ainda em meio ao caos, ainda teremos o direito de sonhar?
Acho que a balança pesa mais para um lado, quer dizer, a luta pelo poder e esse gera conflitos. Vivemos num mundo mais competitivo, a luta pelo poder político e econômico.
Veio-me agora a mente a personagem do filme Matilda que também é o nome do filme. Seu pai chama a atenção do saber que ela mostrava ainda com pouca idade. Ela diz, pai é porque já li muito. O pai ficou surpreso e disse: É, quem lê, nunca está só. Digo, que quem lê sempre está descobrindo novas realidades, está viajando, enriquecendo-se de conhecimentos. Não obstante, é preciso vislumbrar a possibilidade do convívio fraterno e sonhar com cidades seguras, em que os homens não representem qualquer perigo uns para os outros.
O desemprego, a fome, a pobreza absoluta, o desamparo e a falta de oportunidades caracterizam a miséria humana com a qual nos deparamos a cada dia. Não raras vezes pensamos não haver solução para ela. É necessário, contudo, sonhar com um mundo melhor e mais justo. Isso é o primeiro passo para a transformação da realidade.
Às vezes ando por aí absorto como um cão que se soltou da coleira. Ando em busca de um porto seguro, de um norte. Mas admiro as pessoas que ainda ousam sonhar. Porque sonhar não é apenas um direito: é, pois, obrigação dos que querem mudar.