AUTO-SUFICIENCIA
PALAVRAS DE VIDA
Pastor Serafim Isidoro.
AUTO-SUFICIÊNCIA
“Tudo posso Naquele que me fortalece”.
“Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”- Fp. 4.13.
Nada é absoluto, nada se generaliza de modo total. Jesus é o único que venceu absolutamente, de modo, completo e eterno. Venceu a morte, venceu as dores, venceu a humilhação, venceu os religiosos. Venceu definitivamente. Declarou agora ressurreto, que todo poder Lhe foi dado nos céus e na terra, tornando-se assim o Senhor absoluto sobre tudo e sobre todos.
Hipérbole é força de expressão, figura que engrandece ou diminui em demasia a verdade das coisas; expressão forçada, alegórica. Se alguém diz: “estou morrendo de sede”, entendemos a intenção da frase como não sendo literal. Exagêro. Muito se tem errado quando se procura generalizar os ditos das sagradas escrituras. Necessário é entendermos em maior profundidade à que os textos se referem.
Paulo apostolo, neste texto está agradecendo a generosidade monetária que os filipenses lhe devotaram. Diz saber estar abatido assim como estar em abundancia e que está instruído tanto a ter fartura como a padecer necessidade. E então, expressa o tudo poder. Auto-suficiência? Auto-poder? Seria este mestre cristão, doutor dos gentios, apostolo, uma vitoria em termos de conhecer-se a si mesmo? Tais asserções não combinam com o escopo geral do cristianismo. O poder não é nosso. A exaltação própria não coaduna com o Espírito do Mestre.
O poder a que Paulo se refere, a sua total suficiência, não é realmente dele, pois acrescenta: “... Naquele que me fortalece”. Tudo posso Naquele que me fortalece. A Versão Corrigida coloca: “Em Cristo”. O texto Greco-koinê, textualmente declara: Panta isxyô en tô endynamounti me. Traduzido de maneira literal: Tudo sou capaz em o que capacita a mim. A fonte do poder, da suficiência é Ele, Jesus. Dependemos Dele. Nossa condição de vitoriosos, de paladinos, depende de Jesus. Ele é o Senhor poderoso nas batalhas. Nós outros somos Seus súditos, tornados filhos de Deus pela fé no Seu nome. A glória é Dele e a alegria é nossa. Nele tudo podemos. O absolutismo Lhe pertence.
No que respeita a Deus e as coisas espirituais, o ser humano está vendido ao pecado e à morte. Assim como todos morrem, todos pecam, transgridem as leis de Deus. Só em Jesus a natureza caída pode ser recuperada. Ele foi feito por nós, a nosso favor, sabedoria, justiça e redenção. Em outro artigo (“Confissão”) dizíamos da incapacidade de confessarmos os nossos próprios pecados. Nele, por Ele e a Ele, confessamos. É Ele, Jesus, o todo-suficiente; a pedra de esquina da construção desse edifício que é a Igreja, por Ele instituída e assistida pelo Espírito Santo.
Há, na natureza caída desde Adão, um desejo inato de auto-afirmação. O cristianismo, entretanto, diminui essa premissa a fim de que a grandeza, a majestade seja de Deus e não do homem. Jesus, Paulo e todos nós, somos ditos como escravos – doulos – de Deus. Escravos voluntários, alegres escravos. De outra maneira, quem não está em Cristo é escravo do pecado e da morte espiritual. De fato, já estão mortos em seus delitos e pecados – leia-se: transgressões da lei divina. Assim estabelecido, a única salvação para o ser humano é Jesus. Submissão voluntaria à Sua majestade. Todo joelho se dobrará, um dia, perante Ele.
O Espírito do Senhor, Espírito de Jesus, Espírito Consolador, Espírito da Verdade, Espírito Santo revelava a Paulo apóstolo, de cidade em cidade em sua viagem para Jerusalém, que prisões e tribulações aguardavam-no naquela cidade. Tal fato revela-nos o senhorio de Deus sobre o futuro, e revela-nos também a liberdade de escolha, o livre arbítrio de Paulo. Por que revelar-lhe o futuro, se este seria tão penoso? Não seria mais prático deixar que o bezerro fosse levado inocentemente ao matadouro?
Mais do que qualquer outra história bíblica, tal fato demonstra que a divindade quer parceria com o homem e não lhe retira o direito de escolha, apesar de seu futuro já lhe ser pré-conhecido por ela. Não se trata de fatalismo, mas sim de ajuste entre Deus e o homem. São as asas do avião. Paulo em seu espírito humano escolheu entregar-se aos propósitos divinos, assim como fez o seu Mestre, ao exclamar: “Faça-se, contudo, a Tua vontade”.
A finalidade da oração é a de coadunar-nos à vontade de Deus. Si é Este quem opera em nós tanto o querer como o efetuar, quando pedimos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve e responde. São, mais uma vez, as asas do avião. Como uma criança que se entrega aos braços de seu pai, dependemos total e terminantemente do BOULÊ de Deus.
Situada em colocação privilegiada Corinto, estabelecida a sessenta e poucos quilômetros de Atenas na Grécia meridional, reedificada por Julio Cesar, centro de comércio entre a Ásia e a Itália, era a metrópole da província romana da Acaia. Cidade importante e populosa onde Paulo residiu por um ano e seis meses, pregando entre eles a palavra de Deus. Ali, por volta do ano cinquenta e quatro da nossa era registra-se a terceira vez que o Senhor Jesus aparece àquele apostolo: “Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales, porquanto eu estou contigo, ninguém ousará te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade”.
Previsão de resultados futuros da pregação do Evangelho em meio a gentios idolatras. Muita gente, expressão que veio a cumprir-se estabelecendo uma das maiores igrejas daquela época. Previsão. Boulê, plano de Deus que se concretizaria no futuro. A incerteza humana se dá em conseqüência de nossa limitação. No ONIs Ele tudo sabe, tudo vê, tudo executa através de Seus fiéis mensageiros.
Só Jesus.
O Pr. Th. D. Honoris Teologia, D. D. Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br
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