Arrivedérci Itália

Arrivedérci Itália

Ao término de cansativa jornada de aprendizado no território italiano, cumpre-nos agradecer à Prefeitura Municipal da Teresina, especialmente ao Dr. Elmano Ferrer; ao padre Humberto Pietrogrande, digníssimo presidente da Funaci; aos professores Franco Pivotti, Diretor Escolástico do I.P.S.S.A.R, Bruno Brunello, Giancarlo Saretta, Giorgio Samezato, Tocchetto, Torresan e tantos outros que nos emprestaram sua solidariedade e competência durante nossa estada naquele país.

Conhecer algumas das belezas arquitetônicas e naturais da Itália foi um prazer indelével. Desfrutar da presteza, afabilidade e colaboração dos italianos foi um marco inusitado em nossa trajetória de vida. Tudo isso nos proporcionou um confortável bem-estar que amenizou a crueza da saudade de nossos familiares e amigos, porém, é bom que se ressalte que na Itália se respeita os princípios da cidadania e, em que pese as diferenças culturais, sentimo-nos como se estivéssemos em casa, em razão da sorte que tivemos em encontrar pessoas com elevado senso de cooperação e solidariedade. Entretanto, essa bonança que desfrutamos durante o tempo que convivemos com os italianos, também nos fez lembrar de nosso saudoso poetinha Vinicius de Morais, quando, após alguns anos vivendo em Londres e Paris, exercendo funções diplomáticas, voltou ao Brasil, ao seu reduto de boemia carioca nos anos setenta, -praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Perguntado pelos amigos, como era a vida na Europa, o poeta, irreverente e criativo, respondeu: Lá é bom, mas é ruim. Ato contínuo, seus amigos pediram para que ele fizesse uma comparação com o Brasil que na época sofria com intensa ditadura militar. Resposta de Vinícius: Aqui é ruim, mas é bom.

Em que pese as diferenças existentes entre a Itália e o Brasil; em que pese o enorme fosso tecnológico, social e econômico que ainda nos distanciam dos padrões italianos, bom mesmo é viver em Teresina-Pi. A prosa dos amigos, regada a cerveja bem gelada, o ano todo. O contato semanal com nossos alunos e a troca rica de idéias que projetam o futuro e nos convencem de que amar e ser feliz, só mesmo na terra onde o sol faz morada. Na troca e na destroca, Teresina também se impõe como um ótimo lugar para se viver e quem disso não se convencer, é bom lembrar de que na Itália também é bom para se viver, mas... “AS AVES QUE AQUI GORJEIAM, NÃO GORJEIAM COMO LÁ”

Rui Azevedo

Publicado no Diário do Povo - Edição de 19.12.2010

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 20/12/2010
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