Muitos candidatos...
Fiquei assustado de ver a quantidade de candidatos a Prefeito e Vereadores, inscritos para as eleições municipais de 2004 em Mineiros do Tietê. E mesmo em Dois Córregos para vereadores.
Mas há um exagero em Mineiros do Tietê, seja para Prefeito, seja para Vereadores.
Fico a pensar nas motivações pessoais que levam alguém a candidatar-se a Prefeito ou Vereador. Estarão nossos candidatos perfeitamente conscientes das responsabilidades que tais cargos representam?
Pensaram eles no que representa realmente oferecer o próprio nome para concorrer a um cargo que deve primar pela ética e pelo esforço em prol da coletividade?
Ora, esse esforço em prol da coletividade envolve uma multidão de ações, preocupações, iniciativas, providências que imagino, nem todos estão conscientes. Afinal é o bem de uma cidade, de toda uma coletividade envolvida com educação, segurança, finanças, administração em geral, saúde e muito mais...
Isso tudo sem falar nas alterações da legislação quanto à criação dos Conselho Municipais de Assistência Social, Saúde, etc. E os estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso, e outros?
Penso que seria muito mais prudente a união dos candidatos em torno de um único nome forte, que represente idoneidade, lealdade social, ética, justiça, do que ficar dividindo votos de eleitores também nem sempre preparados para votar. E o mesmo critério pode ser aplicado quanto aos vereadores.
Administrar uma família, uma empresa, uma instituição, uma cidade, não é tarefa para brincar. Exemplos históricos em famílias e cidades mostram os desastres que o despreparo consegue arquitetar. Vivemos uma época que exige capacitação. E não me refiro tão somente a cultura. Esta é importante, mas nem sempre basta. São os valores morais os que mais pesam para uma administração confiável.
A capacitação de um dirigente está sim na noção e experiência administrativa que possui, na liderança natural que nunca impõe e sempre conquista; está também na visão de futuro, na capacidade de improvisação ou de planejamento. É vital no respeito que vive e demonstra para com os valores éticos e históricos do cargo que temporariamente exerce.
Tal capacitação não se restringe a formalidades temporárias; é intrínseca da pessoa, que a adquire pela formação moral familiar, pelos arquivos próprios trazidos, e se aprimora na convivência das experiências.
A noção de justiça e honestidade deve acompanhar um administrador ou um representante eleito pelo povo; ao mesmo tempo, a imparcialidade deve ser sua característica. Interesses próprios ou prejuízos para quem quer que seja, principalmente do interesse coletivo, estão descartados de sua personalidade e de seu estilo administrativo, pois sabe que a consciência reta é a melhor ferramenta para um bom trabalho.
Como eleitores, a questão não é diferente. O voto é responsabilidade de alto significado, que jamais pode estar atrelado a outros interesses, senão o da coletividade. Por isso é preciso pensar bem antes de votar, escolher com critério e seriedade.
Está certo que nosso sofrido país continua sendo palco de muitas dificuldades administrativas, mas pelo menos na cidade que nos acolheu como filhos, sejamos coerentes, ainda que somente com o voto...
A responsabilidade de candidatos e eleitores é muito grande. Pensemos com mais seriedade na questão.