Maduras e Fofas
Eu aprecio muito as mulheres maduras. Acho-as um tesão. Tanto assim que, se hoje tivesse que recomeçar, não me seduziria por uma “patricinha” ou mulher muito nova, mas me jogaria por inteiro numa de mais idade.
A mulher madura resume tudo que um homem pode desejar, como beleza, experiência, paciência, cabeça-feita, certeza do que quer, etc. Uma mulher acima dos quarenta é muitas vezes mais atraente que uma espevitada juvenil. Ela perde o frescor, é verdade, mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem. Tudo é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de quarenta (ou mais).
Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, romântica sem ser tola, certeira no trato consigo mesma e com seu homem. Depois dos quarenta, a mulher tem uma relação mais saudável consigo e com seus desejos. Ela sabe o que quer. Quer mais é ser feliz. Um idiotinha me disse: “Ah, mas a mulher mais velha fica mais gorda!”. E daí, qual o problema?
Outro desacato é a mulher fofa. Detesto essas magras, abulímicas, ossudas. Quer coisa mais sensual do que uma mulher fofinha, com excesso de gostosura? Sua nudez é magnífica. Na hora do amor ela se abre e se oferece num amplexo profundo e repleto de sentimentos, com seus seios generosos se espraiando na direção do homem que ama. As magras têm vergonha da magreza; as gordinhas se orgulham de suas carnes mais fartas. Ela só quer quem a mereça.
É depois dos quarenta anos que a mulher aprende a se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Tem gestos mais delicados e elegantes. Na idade madura, ela carrega um olhar muito mais “matador” quando interessa matar. Finge indiferença com mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Sabe poupar seu homem de seus altos e baixos hormonais.
Aos vinte a mulher tem espinhas. Aos quarenta, tem pintas. Encantadoras trilhas de pintas, que só os afortunados sabem onde terminam. Aos vinte, a mulher é caça; aos quarenta, caçadora. Antes sorria, timidamente; hoje dá gargalhadas. Não veste mais calcinhas que não lhe favoreçam as curvas. mas lingeries com altíssimo poder de fogo.
Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata. A mulher acima dos quarenta, mais do que aos vinte cheira bem, seu perfume natural é afrodisíaco, captura os sentidos, provoca fome. Ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes. Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade de sensualidade. Como é gostoso o perfume natural do corpo de uma mulher madura!
No terreno do prazer ela conhece seu corpo e os pontos sensíveis a partir dos quais ele desencadeia orgasmos vertiginosos. Não se envergonha, nessa hora de suas explosões traduzidas em gritos e sussurros. Ela conhece todos os atalhos para o prazer; dela e do parceiro. Pragmática, quando dá o bote, é para liquidar a fatura.
Mais vivida, consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Uma mulher com espírito de mulher nunca envelhece. É por isto que, o homem que sabe identificar uma boa mulher, não abre mão de uma madura, tenha ela, quarenta, cinqüenta ou sessenta anos. Ou mais.