Nota aos meus ascendentes
Se um dia me intitularem como um grande poeta, e isso só ocorrerá depois de minha morte é claro, por favor, não tentem descrever minha personalidade baseando-se em meus poemas. Ninguém é capaz de definir quem sou, ou quem realmente fui, nem mesmo eu, que mudo minha opinião a cada minuto, a cada segundo. Meus poemas são fruto de uma válvula de escape de meu cérebro, e de visão critica para com o mundo, e essa visão pode mudar em determinados momentos de minha vida. Raul Seixas já disse uma vez, as vezes escrevo em primeira pessoa, mas quem disse que sou eu, essa primeira pessoa?
Vocês não precisam entender o que eu realmente quis dizer com aquela ambigüidade, ou aquele verso fora do comum, eu não os fiz para que todos concordem e se unam numa grande e abestalhada opinião, eu os fiz para que discordem, fiz para que cada um entenda o que realmente entendeu na primeira vez que leu, seja esse entendimento, igual ou diferente ao meu, a única coisa com que me importo é que o mesmo provoque alguma sensação no leitor, e que de alguma forma contribua para sua formação ideológica, e sinceramente espero que essa ideologia seja diferente da minha, pois somos diferentes e não somos obrigados a concordar em tudo. Nem todos gostam do laranja, do azul, ou do rosa, nem todos gostam de talharim, de jiló, ou de carne assada, então porque todos temos que gostar de um único Deus? Porque todos temos que crer na mesma ideologia? Porque todos temos que gostar das mesmas poesias? Porque todos temos que entendê-las da mesma maneira. Para não sermos tarjados como ignorantes?
Não me importo nem um pouco se concordam ou discordam de mim, não me importo se falam ou não a minha língua. Importo-me apenas com vocês pessoas, com o bem estar de todos, e a felicidade em viver cada um a seu modo. Entendam o que quiserem dos meus poemas, façam o que quiserem com seus dilemas, só não façam de mim algo que não sou, ou que não gostaria dê ser.