Da Itália para o Brasil III

Da Itália para o Brasil (III)

Esta é a terceira semana que estamos na Itália, graças como já dissemos em artigo anterior, ao esforço conjunto da Prefeitura Municipal de Teresina e da Funaci. Na próxima semana estaremos retornando ao Brasil, porém, não antes de escrever nosso último artigo. Até o momento, procuramos entender as causas que levaram a região do Veneto a ser considerada como a mais desenvolvida da Europa e, segundo entendemos, respeitadas nossas limitações e outros fatores que desconhecemos, nos foi possível deduzir que a interação de três fatores subjacentes foram determinantes para que nos últimos sessenta anos, a região conseguisse alcançar os altos índices de desenvolvimento socioeconômico. O primeiro deles foi a religiosidade, tão presente na sociedade italiana, tendo a frente, a santa igreja católica. A fé unida à capacidade de trabalho do povo italiano, removeram os destroços causados pela tirânica ação de Adolfo Hitler.

O segundo fator, conseqüente do primeiro foi a obstinação e a tenacidade do núcleo familiar. Em mais de dez empresas visitadas (agrícolas e industriais), constatamos a presença marcante de seus fundadores que aqui, eles chamam de nonos (avós), dos pais e que agora, os filhos continuam. É notória a participação da família nas decisões tomadas pelos administradores das empresas. As crias (filhos e netos) respeitam. Admiram e fazem questão de reverenciar o pioneirismo do fundador.

O terceiro e não menos importante fator foi e continua sendo a escola. Os jovens estudantes do ensino profissionalizante (secundário superior), somente recebem seus certificados de conclusão de curso, após concluir o estágio supervisionado, onde eles aliam a teoria à prática e com um importantíssimo detalhe: o estágio não é remunerado. Outro detalhe nos chamou a atenção e merece destaque. É a profissionalização de alunos com necessidades especiais. Eles recebem a educação formal como todos os demais, mas cada aluno(a) é acompanhado(a) todos os dias, por um professor especialmente designado para este fim.

Da Itália, levo a certeza de que é possível modificar o que está posto no Brasil. Se copiar não for aconselhável ou possível, ressignificar nossa visão de desenvolvimento, é uma necessidade imperiosa para tantos e quantos assim desejem.

Rui Azevedo

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 08/12/2010
Código do texto: T2661197