MULHERES: SERES DIVINOS-DEMONÍACOS

Da primeira mulher (Gênesis 2: 18-25), a tantas outras que hoje conhecemos e convivemos, está o mais belo e o mais feio dentre todas as criaturas, da mais sábia a mais tola, da mais carinhosa a mais tinhosa (Gênesis 3: 1-6).

São santas quando se sentem amadas, protegidas, interessantes e desejadas, demoníacas quando abandonadas, desprezadas, insatisfeitas, trocadas (Gênesis 3: 13-16). Eximas competidoras, guerreiras e acomodadas, quase que ao mesmo tempo, bastando encontrar um parceiro que as faça sentir-se assim, lutadoras ou vitimas (Gênesis 3: 13-16).

Perigosas quando se sentem acuadas, perseguidas e cassadas, sem perspectivas, sem opções, podendo até chegar a serem profanas e cruéis. Sua fragilidade é explicita, guardando sempre sua fortaleza e estrutura sólida, implícita, para o momento certo, para surpresa daqueles que não as conhecem (Gênesis 16: 1-6 / cap. 27:5-17 / cap. 39:6-20).

É uma “caixa de pandora” sempre, nunca ninguém consegue decifrá-las, interpretá-las plenamente, apenas se tem a leitura superficial daquilo que elas mesmas querem revelar. Sensíveis ao extremo, a ponto de poder “profetizar” o futuro daqueles que a elas entregam seus corações, ou ainda daqueles que as magoaram como se fosse apenas uma brincadeira de crianças, aplicada como sentença, veredicto de um corpo de jurados movidos pela crueldade do “crime” em si. Uma benção, para aqueles que as sabe tratarem, cuidar, zelar, dar-lhe a devida, e indevida, atenção. Maldição para outros tantos que as subestimam pelo simples fator da ignorância, da falta de sensibilidade, por tê-las como “sexo frágil” (Gênesis 15:20, 21 Números 12:1 Juízes 4:17-22).

São mulheres! Sexo oposto que completa, que não se completa, que dependem, mas que tem o poder de tornar a todos os homens dependentes, viciados, de “quatro”, de joelhos a implorar seu amor, seu perdão, sua benevolência, sua gratidão, seu útero para poder procriar e deixar um nome, outro homem, aqui na terra. São seres femininos com aflorada sensibilidade para amar e odiar, querer e desprezar, dominar, escravizar, possuir e depois jogar fora, pisar, ridicularizar para depois receber de novo, perdoar, abraçar, beijar, querer, desejar e amar (Gênesis 38:15-18 – 1º Samuel 25: 14-44).

São mulheres! Capazes de se doar por inteiro, e cobrar por isso. Se sacrificar, e perder o juízo quando descobrir que tudo foi em vão, que de nada valeu os riscos. O desequilíbrio está com elas, o pêndulo da balança nunca está centrado quando ela falta, são o peso e a medida certa (1º Samuel 25: 36,37).

Água e fogo podem ser seus signos, terra e céus seus desígnios, formosura e sutileza suas jóias, misericórdia e impiedade, sua coroa, sensualidade e trejeitos, suas armas de guerra. São fortes como os touros, frágeis como cristais trabalhados. Amiga verdadeira, inimigo traiçoeiro que a todo custo quer vencer quando estimulado pelo ódio, pela vingança. Se doa de graça, mas com um preço impagável, oculto sempre, só apresentado quando a dívida está aquém do devedor. Mulheres que ama e que mata, que constrói e destrói, que criam, dão vida, cuidam, zelam, amamentam até a idade adulta, mas matam de fome aos devoradores, insanos predadores (Êxodo 2: 1-10 – Josué 2: 1-6 – Juízes 16:1-22 – 2º Samuel 20: 15-22 - 1º Reis 19: 1,2).

São mulheres que sentem dores, amores, se apaixonam, sorriem, choram, são divinas, demoníacas, pastoras e ladras, pastoras e mercenárias, pastoras que amam e são amadas. São mulheres desalmadas, almas amadas, desejadas, queridas, que sonham e que vivem por amor, e amam para sentirem-se vivas e darem vidas. Mulheres que se deleitam por fazer feliz a muitos, a poucos, mulheres que dão prazer pelo simples prazer de sentir, mulheres que se esvaziam para se encher oura vezes, por mais vezes entre as outras mulheres cheias, que são gentis, invencíveis, eternas em suas lembranças, mortais em suas andanças, profanas em suas danças, santas em suas rezas, orações, em seus cânticos de amor. São as Saras, as Rebecas e as Raqueis dos Abraãos, dos Isaques e dos Jacós. Mulheres que mentem e ensinam a mentir os filhos, mulheres que falam a verdade e fazem cumprir sentenças para vidas e toda uma cidade livrar (Josué 2: 1 – 1º Samuel 1:1-13 – cap. 18: 7-9, 20 – cap. 19: 12-17).

Não é de Eva, mãe de todos os viventes, que saiu todas as outras mulheres, suas filhas, suas netas, suas bisnetas... Que povoaram a terra de machos e fêmeas? Caim e sua irmã geram filhos e filhas, e de sua descendência nasce Lameque, que tem duas esposas, Ada e Zilá, que se sujeitam a ouvi-lo falar sobre sua violência. Em substituição, assim quis Eva que fosse, nasce Sete, e gera filhos e filhas. As filhas dos homens (que são estas as filhas de Caim e sua irmã) eram formosas, desejáveis, sensuais e os filhos de Deus (que são estes os filhos de Sete) não resistiram a sua beleza e a tomaram por mulheres de todas as que escolheram (Gênesis 4: 16,17-25, 26 – Cap. 6: 1, 2). Aí há acepção de pessoa a pessoa: de mulheres a homens, de filhos a filhas. E o machismo se instala, prevalece por todos os milênios até os nossos dias, deixando mulheres em segundo plano sempre, sem direitos, apenas deveres (Gênesis 3: 16 – 1º Coríntios 7: 1,2,6-8,25-27,38-40).

É PARA LER E COMPARAR COM AS REFERÊNCIAS.

niceooliver
Enviado por niceooliver em 08/12/2010
Código do texto: T2660908
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